Entrevista de Luís Osório ao
filósofo José Gil, publicada na versão online do Jornal I, a 14 Mar 2015:
Para José Gil pensar voltou a ser uma questão de vida ou de morte
O que o país precisa é de acção, mas isso não está na
prática e no estar dos portugueses, avisa o ensaísta
Não o via há alguns anos. Encontrámo-nos, também por isso, na Gulbenkian. Há lugares que não mudam, lugares
previsíveis de encontro que nos poupam a introduções que nos matam tempo. Não
perdemos muitos minutos. Entrámos logo numa conversa em que o ponto de partida
era a constatação, minha e dele, de que pensar voltou a ser uma questão de vida
ou de morte. Fomos, foi, por campos difíceis, arriscados. Pela política e o
amor. Pela felicidade e o mal. Pelo pensamento e a morte. Pelos poderes que
temos e os perigos que corremos. Uma conversa que me ficará para sempre, uma
entrevista para memória futura.
Um dia disse que pensar
não era um tema, pensar era uma questão de vida ou de morte.
Disse-o na minha juventude, em Paris.
A urgência de pensar…
A urgência de pensar…
Não chegámos a um tempo
em que essa urgência voltou a ser de vida ou de morte?
Ah, sim. E não só para nós portugueses,
para todos, europeus em particular. Temos de pensar numa nova teoria do poder,
uma nova organização que repense a democracia.
Matar a democracia?
Substituí-la por um outro nome?
Não sei, isso decorre do próprio
pensamento porque é este que encontra a expressão do conceito. Um pensamento
sobre as forças – hoje, tudo é uma questão de forças, de poderes, de guerras,
violência, crime. Tudo é força e não há teorização das forças em nenhum plano
disciplinar na filosofia. São difíceis de conceptualizar, estamos como o
antropólogo diante das sociedades primitivas.
É dos conceitos mais
utilizados pelas sociedades primitivas. As forças, também sobrenaturais,
exercem o poder.
Isso. Falamos da teoria da representação,
da imagem, mas do conceito de força não temos nada. Pouco ou quase nada, talvez
Espinoza, Nietzsche, Foucault, Deleuze e pouco mais. Não é por acaso, porque os
filósofos que o fizeram subverteram o que existia, viraram o pensamento académico
de pantanas, foram ou tornaram-se inqualificáveis. Há qualquer coisa ligada a
este conceito de forças que é ferozmente subversivo.
Uma pulsão do mal em
nós?
Não necessariamente. O mal tem uma
história muito complicada, a sua dinâmica vem de trás, não apareceu do nada,
apareceu de pensamentos e acções que, muitas e muitas vezes, tinham uma boa
intenção. O mal pode nascer do bem.
Vamos falar de Portugal.
De que precisamos? De novas acções, de novas palavras?
Precisamos de acção, que não está na
prática e no estar dos portugueses. Não tem a ver com a identidade, mas com
mentalidades que foram forjadas, sedimentadas durante muitas décadas, não fomos
sempre assim. De um modo ou de outro, nos portugueses não existe a vocação
imediata da acção. Pensamos, ponderamos, voltamos a pensar e não saímos da não
acção.
Um país de poetas.
Sim, mas essa é a nossa parte boa. É bom
sermos um país de poetas porque isso nos obriga a ir mais longe e a desafiar um
pensamento positivista. A dimensão de sonho não mata necessariamente a acção,
pode até potenciá-la. Temos de nos abrir a qualquer coisa de que tenhamos medo,
forças do exterior que nos obriguem a pensar onde estamos.
.
E está optimista?
Há sinais que não me permitem ser
optimista. Veja o que aconteceu em nós com a explosão do Syriza: não aconteceu
rigorosamente nada. Se nos compararmos a outros países, a começar por Espanha
ou França, não aconteceu coisa alguma. Apenas palavras vagas, piadas que os
compararam a uma brincadeira de crianças. Muito poucos problematizaram com a
importância que o fenómeno poderia ter para uma abertura do pensamento,
independentemente das ideologias. O povo grego não votou no Syriza por serem de
esquerda; eles transportaram uma coisa mais importante, a esperança de que a
verdade não pode ser adquirida, pode e deve ser dinâmica.
Voltou a discutir-se
ideologia.
A discutir-se política, a
problematizar-se, a colocar-se em causa. Isto tem a ver com os nossos
investimentos inconscientes: vamos imediatamente para o que nos convém sem que
percebamos as razões.
O seu “Medo de Existir”
está mais actual hoje do que no dia em que foi editado, já lá vão dez anos.
Não sei se mais actual... A crise talvez
tenha acentuado a ideia. Há vários planos, mas talvez o mais relevante nestes
tempos tão difíceis seja o medo de perder o emprego, de não ter dinheiro, de
deixar de ter possibilidades para os filhos, de não ter futuro. Tudo isso vai
amplificar o outro medo, mais colectivo, que defino como o medo de existir. Uma
alma colectiva que se vai esbatendo, perdendo luz, perdendo esperança, perdendo
sonho e futuro.
E as âncoras vão diminuindo. Cresci na
ideia de que o território político deveria ser ocupado pelos melhores, pelas
elites. Porém, ao ver o que se passou no BES com Ricardo Salgado, com Zeinal
Bava na PT…
Percebemos que as elites
estão comprometidas.
Exactamente. As elites falharam. Em
Portugal sofremos de um fenómeno comum às elites portuguesas: a enorme
promiscuidade que existe entre a política e os outros domínios da inteligência
e do saber. Há comentadores políticos que falam de tudo; de cinema, literatura,
futebol, filosofia, história, tudo. Cada uma dessas disciplinas deveria ter o
seu domínio de autonomia. Depois podia sair e comunicar, mas não… Há uma
mistura, os políticos e os personagens mediáticos falam de tudo como se fossem
tudo. Isso leva-nos a uma promiscuidade nefasta e a um pensamento de
superfície. Eu próprio já deslizei algumas vezes, não muitas.
Percebeu-o?
Sim. E pensei que me estava a desviar do
meu caminho. Mas quanto ao que estávamos a falar, acredito que é vital
caminharmos para uma especificidade da função política, e isso existe pouco. E
quanto às elites, convenhamos, os nossos políticos, com duas ou três excepções,
não pertencem à elite. São homens normais. Temos, hoje, a urgência de encontrar
homens fora do seu tempo, fora da superfície, que sejam excelentes no seu
género, não comentadores deste mundo e do outro. E sem medo de existir.
O primeiro-ministro está
nesse rol?
Passos Coelho tem medo de existir, não é
um líder capaz de mobilizar a excelência. E António Costa está a um passo de
não ser também o homem de que precisamos, ainda não conseguiu ser líder aos
olhos das pessoas, um problema que tem de resolver. E o tempo estreita-se. Se
não o resolver, tudo ficará comprometido, tudo. O líder não é apenas o que
propõe boas ideias, é o que faz criar um entusiasmo, um carisma, um choque, e é
receptor de forças maiores e superiores – mas não qualquer força, porque
algumas não transformam o mundo para melhor, algumas são nefastas e criam
líderes populistas. Tem de encontrar as forças certas, aglutiná-las e
libertá-las numa força maior. Aí será um líder.
Ficaria admirado se
Passos Coelho ganhasse as eleições outra vez?
Não ficaria surpreendido. Seria o
resultado de dois factores. Significaria o falhanço da oposição, o falhanço de
Costa.
O segundo factor é a volatilidade do povo português, a facilidade com que muda de posição. Somos voláteis e vivemos numa espécie de banalização constante, já não damos importância ao que é realmente importante, já não distinguimos bem o que é importante do que é acessório. Quais os mecanismos para que isso aconteça? Temos de analisar, mais uma vez as forças, desta vez força negras que afastam tudo o que possa ser conflito. É uma força poderosa, talvez a mais poderosa de todas.
O segundo factor é a volatilidade do povo português, a facilidade com que muda de posição. Somos voláteis e vivemos numa espécie de banalização constante, já não damos importância ao que é realmente importante, já não distinguimos bem o que é importante do que é acessório. Quais os mecanismos para que isso aconteça? Temos de analisar, mais uma vez as forças, desta vez força negras que afastam tudo o que possa ser conflito. É uma força poderosa, talvez a mais poderosa de todas.
A força que nos empurra
para a ausência de conflito.
Qualquer que ele seja. Estrutura a vida
comum, a relação entre as pessoas, a relação social. Ficamos prostrados na
ausência de acção, preferimos não nos mexer se nesse movimento pudermos entrar
em conflito com alguém. É um mar morto.
Vemos pelas nossas
crianças. Já não brincam na rua porque os pais têm medo de que lhes possa
acontecer alguma coisa.
Absolutamente.
Há uns tempos, num
colóquio em Macau, voltou ao seu “Medo de Existir”, mas incluiu uma palavra
que, julgo, lhe é cara.
O desejo.
Sim, a palavra “desejo”.
Qual é então o mais forte: o medo de existir ou o desejo de o superarmos?
Temos de responder primeiro a uma outra pergunta,
a de qual o momento decisivo. Se o momento decisivo é o que abre para o que é
poderosamente recalcado (o desejo de existir), então é o desejo o mais
importante. Se, pelo contrário, esse momento se revela, no final das contas,
não decisivo, são as forças negativas que ganham. Mas o que é mais forte é, sem
qualquer dúvida, a força do desejo.
A ideia de felicidade,
neste sentido de que estamos a falar, não é uma ideia reaccionária? No fundo,
somos moldados pela ideia de que a felicidade é possível e, ao percebermos que
não é, de-senvolvemos frustrações.
Temos de limpar o terreno conceptual em
que se construiu a ideia de felicidade. Felicidade não é, como nos diz uma
tradição de pensamento dominante, uma combinação sábia de prazer. Entendo a
felicidade como um terreno que permite todos os prazeres vividos com a maior
intensidade. Nesse aspecto, ser feliz não é um estado de espírito, mas uma
disposição geral que faz com que cada prazer, e cada dor, sejam subordinados ao
prazer de existir. Não é o prazer agradável de uma cerveja numa tarde de Verão,
de um bombom, é o prazer da existência antes de mais. A felicidade é isso. É
uma promessa de alegria. Há uma relação íntima entre a felicidade e a alegria.
Uma criança que vai para a água na praia e que ri muito: nós dizemos ser
evidente que está feliz, como poderia não estar? Claro que está, porque a
criança está precisamente a existir na intensidade com que se predispõe para a
vida.
Interessante. E
surpreendente. Pensava que me falasse de política.
Mas falo de política, sem dúvida. Porque a
felicidade é também uma reivindicação política. Deveria ser a reivindicação de
uma vida feliz em comunidade, a predisposição de uma comunidade para viver
intensamente, para existir intensamente. A felicidade não é egoísta.
Creio que a primeira vez
em que esteve com, e viu, Gilles Deleuze, ele estava precisamente a falar do
desejo.
Sim, estava a experimentar “O Anti-Édipo”.
Lembro-me muito bem dessa tarde em Paris. Uma coisa fabulosa de pensamento
comum, de partilha, de felicidade, claro. Havia psicanalistas armados de
teoria, havia dementes de asilo, recordo que um deles confrontou o Deleuze com
a sua incompreensão da loucura.
É um tema que lhe
interessa, o da loucura?
Um tema fundamental, porque há uma
correlação entre o pensamento e a loucura.
Como há da alegria para
a felicidade.
Um pouco a mesma coisa. No pensamento
devemos passar fronteiras de realidade. E voltar. Por vezes é difícil
regressar, há quem não volte. Muitos psiquiatras heterodoxos viram existir um
trauma entre certas experiências traumáticas e a descoberta. Os sonhos de
Kepler, do Descartes, de Wittgenstein: após um trauma há uma pujança que pode
ser fértil para a criação de um mundo que não existia. Pode existir então um
trauma que seja fecundo e outro que nos transporta para o asilo. Estou
convencido de que Fernando Pessoa estava constantemente em estado de trauma…
Isso é novo.
Sei isso. Mas existe uma correlação entre
a sua louca criatividade e os traumas da sua vida pessoal.
O tempo tem-me ensinado
que todas estas coisas não podem ser ditas muito alto.
Também a mim, Luís. O mundo tenta
domesticar quem pensa o que não é o pensamento único.
Já o tentaram
domesticar?
Ah, sim. Já. E fiquei doente. Mas doente
real, de cama. Estou convencido de que muitas doenças que se manifestam nos
professores, em artistas, nos funcionários, têm a ver com a domesticação que
nos querem impor. Há uma patologia da sociedade portuguesa no sentido da
domesticação, é o que faz a diferença da sociedade portuguesa antes e depois da
troika. Uma das coisas que mais me impressionaram da polémica aberta com as
declarações de António Costa…
Declarações no encontro
com chineses?
Sim, essas. O facto de existirem pessoas,
à esquerda e à direita, que, no rescaldo, discutiram e se confrontaram com
estatísticas. Nenhum pensou no tónus de vida, no que aconteceu aos portugueses
nestes quatro anos. Foi tremendo do ponto de vista existencial, tremendo. Não
estamos melhor, meu Deus. Não estamos melhores, como poderíamos estar? Mesmo
para os que não gostaram das declarações de António Costa, para os que as
sentiram como um murro no estômago, foi um murro no sentido errado. Atacaram-no
com estatísticas de desemprego e tudo o resto. Perguntou-me de que precisamos?
Precisamos de pensar um bocado nisto. Porque não começamos por aqui?
É possível um
intelectual existir tendo uma cadeia de dependências?
Não é possível. Diria que estamos cheios
de intelectuais, já temos tantos... Todos são intelectuais, todos falam de tudo
e do nada.
O que raio é ser
português?
Eu não sei. Quando me falam nisso, quando
querem fazer de mim um especialista de identidade portuguesa, recuo sempre. Não
tratei da identidade portuguesa, penso sobre mentalidades que são transitórias
por natureza. Não sei qual é a identidade portuguesa.
Mas tal acontece por nos
faltarem âncoras e, nesse sentido, o senhor é uma das poucas que ainda existem
em Portugal.
Compreendo, mas é um equívoco para o qual
eu contribuí, disso não tenho dúvida…
Que equívoco?
Há um traço que já não é transitório, pois
estamos há demasiado tempo nele. Falo do chico-espertismo, expressão que não
precisa de tradução; não podemos dizer que é a própria identidade portuguesa.
Ao fim de muito tempo, o
que é transitório não se pode transformar na própria identidade?
Levar-nos-ia muito longe. Mas tem razão,
sim. É assustador pensá-lo. Quando há problemas de identidade de um povo, isso
gera mal-estar, uma patologia.
Não é descabido pensar
que o país se deveria deitar num divã?
Só se estivermos certos do rigor da
psicanálise.
Nesse tema, penso também
no discurso político. Há 20 anos, o discurso era mais elaborado; hoje, só e
possível ser ouvido se existir sob a forma da frase curta. Os políticos estão
condenados à superficialidade?
É o que está a acontecer. Isso tem a ver
com a acção que se conjuga ao discurso e que depende do modo como se quer
parecer mediaticamente. A ditadura dos mediamais poderosos
impede-nos de pensar; deixou de ser necessário analisar a mensagem porque os media são
a própria mensagem. É um poder sem problematização.
Porquê?
Porque a problematização implica recuos
que não são permitidos. O tempo da televisão não permite o vazio. É um horror
total e absoluto ao vazio, um horror que impede de pensar. A superficialidade é
uma poderosa chapa em relação ao pensamento.
É preciso ter a coragem
de dar às pessoas aquilo de que elas precisam, não o que elas querem.
Tenho tendência a concordar. Embora seja
uma afirmação perigosa, pois não sabemos do que as pessoas precisam. Temos de
encontrar um caminho para perceber o que elas precisam, não o que achamos que
elas precisam.
O que vê na televisão?
Estou reduzido às notícias e a uns
programas de debate.
É possível existirem
revoluções sem idealismo?
A que chama idealismo?
A convicção colectiva de
que a transformação deve ser feita num determinado sentido.
Nós, aí, aprendemos com a história.
Seguindo a sua definição, diria que aprendemos que a convicção não pode entrar
para o campo do absoluto porque o absoluto é, por definição, totalitário. Temos
de ter outras convicções, as nossas ideias têm de abrir para a possibilidade de
outras convicções, e isso tem de estar inscrito no programa de acção.
Acabamos como começámos.
Onde enquadra o fenómeno Syriza na Grécia?
Olhe, vejo-o como um esboço feliz do que
lhe disse. O Syriza não é totalitário, é um conjunto de uma série de grupos
políticos e a sua experiência foi a de integração de ideias, de compromissos.
Tsipras disse de si próprio ser um marxista errático – o que é isso? Um
marxista errático não é um leninista, muito menos um estalinista. Um
revolucionário, hoje, é uma surpresa, está em embrião em gente como o Tsipras
ou o Varoufakis, mas não sabemos. Eles próprios não sabem.
Sabemos pouco sobre as
respostas às grandes perguntas, mas sabemos que, quando descobrimos a resposta
a uma questão definitiva, nascem dez perguntas que não existiam antes.
E isso não pára. E quando pára é em
patamares, etapas de uma progressão que não é linear. A história não é feita de
uma causalidade, é feita de acasos, de equívocos.
Ficaria surpreendido se
daqui a uns anos, que espero longos, encontrasse Deus?
Interessei-me muito pela questão de Deus,
não por uma tendência religiosa ou mística, mas de exploração de uma série de
limites do pensamento filosófico. E até elaborei provas da existência e da
inexistência de Deus.
Ainda tem esses papéis?
Tenho. A minha posição não é a de um ateu.
Não me interessa dizer qual a minha posição, mas como cheguei lá. Mas digo--lhe
que o Papa Francisco é um personagem extraordinário, uma força impressionante,
alguém em que eu vejo poderosas forças positivas, nada é reactivo nele.
Deixou o marxismo muito
cedo.
Sim, na juventude.
E o jazz?
Não, não, não. O jazz acompanhar-me-á até
ao fim.
O amor ainda salva?
O amor ainda salva. Quando deixar de
salvar, não é amor. Mas teríamos de pensar melhor sobre o conceito.
Qual é o seu lugar?
Reconhece-o?
Tenho dificuldade, não sei. É o lugar
natal? É o útero da mãe? É a matriz original?
A que lugar se refere? Ao lugar em que entro numa espécie de meio amorfo de felicidade ideal e inexistente? Então, não me interessa um lugar assim. Se o lugar que procuro é realizável, apesar de utópico, então sim.
A que lugar se refere? Ao lugar em que entro numa espécie de meio amorfo de felicidade ideal e inexistente? Então, não me interessa um lugar assim. Se o lugar que procuro é realizável, apesar de utópico, então sim.
Que certezas tem?
Que há forças de positividade nas quais me
sinto bem, em que acredito. E que há forças mortíferas, não diria do mal, mas
mortíferas. Tenho a certeza de que temos de perceber onde estão umas e outras.
Se tivesse de escolher
apenas um tema para uma última dissertação, que tema escolheria?
O corpo e o inconsciente. E isso
implicaria o mundo inteiro.
Valeu a pena ter vivido?
Sim, claro. Claro. O que é extraordinário
na felicidade, que eu não tenho, é que não entra nela nem rancor, nem inveja,
nem ciúme. Na felicidade não entra nada que seja reactivo. Quando chegamos a
este ponto, e de vez em quando chegamos, é uma alegria extraordinária.
E a saudade?
A saudade não passa de uma beleza
literária.
1 comentário:
Estimado Amigo:
VOCÊ faz do mundo uma Arte.
Excelente sentir admirável e notável.
Finalmente, identifico a minha escrita a alguém fantástico e fabuloso poeta ou filosófico.
Com respeito.
Agradecido pela honra da sua amizade.
António Pena Gil
Bem-Haja, amigo.
Felicidades merecidas.
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