Eye Candy: Constance Marie Charpentier’s Melancholy (detalhe)
“Descobre
que pode ter pena de si e que isso não é mau.”
Carl Rogers Tornar-se pessoa
O resultado de uma psicoterapia bem-sucedida, a
redescoberta que as dificuldades pessoais podem ser aceites, compreendidas e
respeitadas, sem que se crie uma situação insustentável.
Mas tal como nas psicoterapias, também na vida
real pode-se viver a angústia de ter pena de si próprio e puder suportá-la. E
seguir renovado.
Não se trata de fazer o elogio do sofrimento, mas este é uma
experiência básica que todos nós sentimos em algum momento da nossa vida.
O sofrimento parece-nos inevitável, mas pena de
nós próprios, não, isso não. Tocar neste desamparo seria acordar dentro de nós
emoções que evidenciem ansiedade, desfilhem fraquezas
pessoais e que advenha daí uma
dor que nos roube o futuro. Eis que nos perdemos. Seria assustador se não
pudéssemos fazer nada.
É preciso acreditarmos que não nos vamos demorar neste silêncio
profundo, mas sem urgência em encontrarmos uma solução, sem fazermos asneiras a
seguir, como reprimir a dor, dissipa-se a necessidade de nos debatermos. A água
desce. Regressamos ao nosso eu. O espirito fica atento a si próprio. O que era
sinuoso passa a reto. A acomodação à nova realidade e a novos significados, irá
consolar-nos.
António Damásio em ‘O erro de descartes', fala-nos do mesmo:
“O sofrimento proporciona-nos a melhor
protecção para a sobrevivência, uma vez que aumenta a probabilidade de darmos
atenção aos sinais de dor e agirmos no sentido de evitar a sua origem ou
corrigir as suas consequências.'
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