sexta-feira, 15 de agosto de 2014


Sou muito exigente a respeito de vídeos de localidades que guardo no coração. Considero-os sempre aquém da capacidade de retratar a minha memória, mas este vídeo de Kirill Keiezhmakov, sobre Lisboa e Sesimbra, consegue-o, e vai mais além, permite-me imaginar, pela técnica que utiliza, o bom que seria se ultrapassássemos as possibilidades humanas e pudéssemos voar e submergir.  

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A Falha


Café Filosófico: Aposta Na Coragem O filósofo  Oswaldo Giacóia Jr


Algumas das suas palavras, ao minuto 25 e 32 segundos, acerca do que eu chamo A FALHA (fraqueza estrutural)  nas palavras do filósofo: 


“…Quanto mais forte você é, mais corajoso e generoso você pode ser. A marca registada da fraqueza é justamente a impossibilidade de se doar.
Toda a avidez compulsiva e auto concentrada é sintoma de uma fraqueza estrutural. Ou seja, você em última instância deseja obsessivamente tudo para si, porque você é muito fraco. Quem é forte, quem tem uma riqueza de sentimentos de poder, pode doar-se. Quem é fraco, não. Justamente por isso, é desse sentimento de poder que nasce uma atitude de despreendimento e não uma atitude de cristalização, condensação, fechamento na perspetiva do próprio umbigo. Portanto, nos seus pequenos medos.”Oswaldo Giacóia Jr

domingo, 3 de agosto de 2014

A capacidade de diferenciar as emoções

Gerard Von Opstal Bacchanal os statyes and Cupids Riksmunseum Amsterdam

O que é uma relação de amizade e uma relação amorosa? Há pessoas que têm dificuldade em distinguir isto.” António Coimbra de Matos* (psicanalista)

Fala-se de se ser capaz, ou não, em discriminar, entre a diversidade de emoções que envolvem uma relação de amizade, das nuances próprias que envolvem uma relação amorosa.
A importância de se ser específico: naquela relação sentimos raiva ou vergonha? Raiva, porque na realidade, sentimos culpa? 
Para melhor compreendermos de que estamos a falar, há dias perguntava a alguém “Estás triste?”, ao que ela me respondeu: “Não. Estou desiludida comigo”, e acrescentou: “Porque sei que podia ter feito melhor.” 
É revolucionário o quanto esta capacidade em diferenciar as emoções e as significações pessoais, poderá ajudar-nos a lidar com os problemas e a melhorar a vida, ou seja, a planearmos e executarmos a ação de um modo mais eficaz.. É um tipo de inteligência emocional que se desenvolve desde o nascimento, de uma sensibilidade grosseira, para a sensibilidade descriminada na vida adulta - processo de diferenciação emocional -, mas que nem todos lá chegam a este estado de exatidão na distinção das emoções.
Continuando, não deixei de me surpreender com Coimbra de Matos,  naquela conferência, com o exemplo que escolheu para ilustrar as dificuldades no dito processo: um homem heterossexual que só mantinha relações de amizade e de intimidade emocional, com homens, e com as mulheres, relações desprovidas de convívio e intimidade, mas reservando para elas, a componente sexual, e a sua vontade não conseguida, de alterar esta condição. Podemos catalogá-lo como um individuo cindido, fragmentado, ou à luz da diferenciação emocional, um individuo que apresenta fixidez - sensibilidade grosseira - e que (ainda) não evoluiu para um estado homogéneo, maturo, socialmente mais ajustado e desenvolvido cognitivamente e emocionalmente - sensibilidade discriminada.   

A EVOLUÇÃO nas palavras de Coimbra de Matos:
 “Nos primeiros tempos de vida extra-uterina o bebé vive um estado de indiferenciação anímica - uma sensibilidade geral de tipo protopática (grosseira, difusa, sincrética, não discriminativa), desenvolvendo-se na sequência, e a pouco e pouco, para a sensibilidade diacrítica (descriminada, ou seja, consciente das diferentes subtilezas das emoções e sentimentos).”

*Psicanalista, na conferência “Promoção da Saúde Mental na Criança”, organizada pela CPCJ, que decorreu no Funchal no passado dia 27.6.2014

Palavras -  chave: Diferenciação e regulação emocional




A Roda das Emoções - Texas Association of School Psychologists