Paula Rego Mulher - Cão
“Se eu ousasse deixar
correrem em mim os sentimentos que recalquei cá dentro, se por qualquer
hipótese eu vivesse esses sentimentos, seria uma catástrofe.”
Carl R. Rogers Tornar-se pessoa
Não se consegue bater
com a porta, ser-se indiferente aos abusos, negligências, incompetências,
injustiças, à falta de respeito.
Não se sente um grande vazio. Pelo contrário, estamos
atulhados de doutrinas que nos provocam náusea e revolta. Ninguém pode imaginar.
Aguenta-se à calada durante muitos anos e durante esse tempo reprimimos
sentimentos e desapegamo-nos de nós mesmos. Perdemos a coerência.
Fica assim
embutido em nós, o medo que uma energia demoníaca se liberte por uma fresta.
Se nos libertarmos da
ideia que a impotência é expressão do nosso falhanço, a raiva primitiva e
potencialmente destruidora perderá a sua força. Mas precisamos primeiro, ajustar
contas com a nossa bestialidade para alcançarmos uma forma mais elevada de
visão espiritual.
É chegada a altura de definirmos aquilo em que nos queremos centrar?