Psicóloga - Diretor e roteirista Ian SBF e ator Fábio Porchat do canal Porta
dos Fundos, com a participação da Luana Piovani.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
A minha vida em um inferno
Margritte René Dangerous Liaisons 1926
“Ela transformou a minha
vida em um inferno, mas eu me sinto arrasado sem ela. Ela sempre fazia alguma
coisa excitante, até ultrajante. Às vezes desaparecia durante semanas seguidas
nem mesmo explicava aonde tinha ido. Nós gastamos até ao último centavo de um
monte de dinheiro, todas as minhas economias, a hipoteca da casa. Mas ela
realmente me fazia sentir vivo. Minha mente ficava sempre confusa quando ela
estava por perto. Eu não conseguia pensar claramente a respeito de mais nada, a
não ser nela.” O casamento terminou de modo doloroso para ele quando a esposa
foi morar com outro homem. “Ela não deixou nem um bilhete.”*
Robert D. Hare Sem
consciência- o mundo perturbador dos psicopatas que vivem entre nós Armed
Como nos poderemos rever na
frase “Minha mente ficava sempre confusa quando ela estava por perto. Eu não
conseguia pensar claramente a respeito de mais nada, a não ser nela.”!
Se
compreendemos tão bem o que isto é, certamente nos relembramos do quanto
ensaiamos atitudes a tomar, mas na presença do amado, perde-se essa capacidade
e não percecionamos mais nada, a não ser, nesse momento, ele, numa aceitação
simples das desculpas.
Mas o que me interessa agora
é perceber as razões que nos podem ligar a experiencias amorosas semelhantes ao testemunho apresentado, que são mais complexas e contraditórias que as habituais.
Se permitimos estes
episódios na nossa vida, uma parte de nós gosta disto, ou precisa disto, delegando no outro, componentes nossas, desconhecidas, necessidades mais
profundas reprimidas, que são vividas através do amado.
Não sendo uma explicação suficiente, a literatura refere que a pessoa que embarca nestes jogos amorosos estaria habituada desde criança, a erotizar a submissão, a viver as primeiras ligações afetivas num sistema perverso de recompensas e punições, e, quando se perde o sentido de si mesmo, a alimentar mais tarde o núcleo masoquista que todos nós temos.
Não sendo uma explicação suficiente, a literatura refere que a pessoa que embarca nestes jogos amorosos estaria habituada desde criança, a erotizar a submissão, a viver as primeiras ligações afetivas num sistema perverso de recompensas e punições, e, quando se perde o sentido de si mesmo, a alimentar mais tarde o núcleo masoquista que todos nós temos.
*Testemunho de um colega do Dr Robert Hare
terça-feira, 13 de agosto de 2013
O Orgulho e a Vaidade
Tiziano Vecellio, Portrait of Venitian - nobleman
“O homem é um animal
narcísico – que se admira e precisa ser admirado. A sua qualidade é o orgulho;
o seu defeito a vaidade. O bom narcisismo assenta num sentimento de dignidade
pessoal. A deficiência narcísica, o sentimento de vacuidade, de vazio e miséria
interiores, conduz à vaidade. O orgulhoso tem brio, porque assume a plenitude
do seu ser, senhor do seu valor próprio e do seu valor social, é. O vaidoso pinta-se
com tinta brilhante para esconder as mazelas das suas máculas da autoimagem,
como é pouco, assenhora-se de apetrechos que o possam fazer brilhar; a sua
problemática é a de o ter – para suprimir aquilo que não é. O orgulhoso seguro
de si, deixa-se observar; o vaidoso inseguro de si mas desejoso de mostrar o
contrário, exibe-se. O orgulhoso tem brio, o vaidoso procura brilhar”
António Coimbra de Matos A
depressão Climepsi
Ainda, segundo o autor, é a
diferença entre narcisismo positivo (bom sentimento de si mesmo) e narcisismo
negativo (deficiente investimento de si próprio – aversão por si próprio).
O Programa da RTP/Play - Dias do Avesso – sobre o assunto:
Pais vaidosos fazem mal aos filhos, datado de 5 de agosto de 2013, com a
jornalista Isabel Stilwell e o psicólogo Eduardo Sá, para ouvir, aqui.
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