sábado, 22 de fevereiro de 2014

Os que vivem a "vida plena"


Moreno Bondi Parole di Pietra (detalhe)

 “ (…) Parece-me que os pacientes que fizeram progressos significativos na terapia vivem de um modo mais íntimo com os seus sentimentos dolorosos, mas vivem também mais intensamente os seus sentimentos de felicidade; a cólera é mais claramente sentida, mas o amor também; o medo é uma experiencia feita mais profundamente, mas também a coragem. E a razão pela qual eles podem viver de uma maneira tão plena num campo tão vasto é que eles têm em si mesmos uma confiança subjacente de serem instrumentos dignos de confiança para enfrentar a vida.(…) Estou convencido de que este processo da “vida plena” não é um género de vida que convenha  aos que desanimam facilmente. Este processo implica a expansão e a maturação de todas as potencialidades de uma pessoa. Implica a coragem de ser.”

Carl Rogers Tornar-se pessoa Moraes Editores

Não tenho muita simpatia pela ideia que a pessoa que evolui ao mais alto nível espiritual, definida pela capacidade de consciência e de harmonia que desenvolve consigo e com os outros, deverá aspirar como que a um perpétuo estado Zen. Aconselha-se por ai: utilizar estes atributos  - não ouvir, não ver, não dizer -  na família, na sociedade e no trabalho. Distanciar-se dos estímulos negativos, pressuponho. Desenganem-se. 
Estou convencida que as pessoas que se tornam mais plenamente humanas, têm profundidade emocional, diferenciam mais facilmente o certo do errado e estão ancoradas aos seus sentimentos, o que muito conta para a união ardente com o outro, para a indignação e para a coragem se a situação o exigir. 

Um belo e profundamente sabedor texto, sobre este assunto, com o título The Moral Bucket List da autoria de David Brooks, em: 
http://www.nytimes.com/opinion/sunday/david-brooks-the-moral-bucket-list.html?_r=1

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