Sala de aulas de uma universidade na Idade Média
“O ensino promove, isso sim,
a diferença entre as pessoas, pelo que será possível dizer que quanto mais uma
pessoa conseguir aprender com os outros mais deles será diferente.”
Miguel Ricou A ética e
deontologia no exercício da psicologia Ordem dos Psicólogos
Tenho um absoluto fascínio pelos paradoxos, jogos de palavras e
outros truques engenhosos da linguagem que trazem novos sentidos às ideias
antigas. Este é exemplo disso - "quanto mais uma pessoa conseguir aprender com os outros mais
deles será diferente.”
Simplificando, diz-se: o ensino (formal e não formal) gera (ou
deveria gerar), seres com pensamento próprio, diferenciados.
Mas, o que me parece relevante, é o pedaço de texto ”… quanto mais
uma pessoa conseguir aprender
com os outros…”, porque se trata de aprender com, sendo
esta uma das funções da escola, aprende-se no
contexto de uma relação, com o estranho, o que naturalmente envolve vontade, a
necessidade em confiar, sentir-se seguro em cometer erros, continuar a ser
aceite e incentivado a ir em frente.
À medida que vai progredindo na aprendizagem, o individuo
autonomiza-se como ser de cultura, comprometido a implementar a pessoa que
deveria ser, por ter tirado partido da relação com o outro e do seu saber.
Há muita gente por aí que tem a ilusão que aprender com é
dispensável, como se não compreendessem a importância desse laço social. Parece
que acreditam que o conhecimento parte deles, interessam-se só por
parcelas, não adquirem um quadro de entendimento nem se questionam se estão no
caminho certo, desvalorizando deste modo, o papel do outro e do saber acumulado
pela humanidade.
Relevante, relevante, é também a disposição da sala de aulas na
Idade Média, tão semelhante aos atuais espaços de aprendizagem.
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