“A
maioria de nós está submersa em um transe hipnótico que remonta aos primeiros
anos. Permanecemos nesse estado até que de repente despertamos, e descobrimos
que nunca vivemos ou que vivemos induzidos por outros que, por sua vez, foram
induzidos por outros. A ideologia é subterrânea. Tudo é como um profundo
mal-entendido. Se despertamos de repente, ficamos loucos. Se despertamos pouco
a pouco, nos tornamos inevitavelmente revolucionários em algumas de suas
múltiplas formas, e então tentamos modificar destinos. Se não despertamos
nunca, somos gente normal e não prejudicamos ninguém”.*
Pavlovsky apud Fernàndez
“…Se não despertamos nunca, somos gente normal
e não prejudicamos ninguém”. Receio que assim não seja. Talvez não prejudiquem
ninguém, mas nós, os que achamos que gente que não desenvolve a consciência de
si no mundo, que não se tornou o que é, também não tem a capacidade de perceber o
outro e de sentir o que está a sentir.
Não são seres misteriosos, são personagens opacas. Nem
entram pela loucura. São entidades gelatinosas onde parece não habitar o amor, nem o ódio.
* in Ana
Paula Decnop de Almeida Quando
o vínculo é doença: a influência da dinâmica familiar na modalidade de
aprendizagem do sujeito Rev.
Psicopedagogia 2011; 28(86): 194-200
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