Peter Blake, The Fine Art Bit, 1959 (detalhe)
“Em outras palavras todo o nosso interesse pelo mundo externo e pelas outras pessoas baseia-se essencialmente na necessidade que sentimos deles; e precisamos deles para duas finalidades. Uma delas é a finalidade óbvia de auferir satisfação tanto para as nossas necessidades de autoperservação como para as de prazer. A outra finalidade para a qual necessitamos, é para odiá-los, de forma a podermos expelir e descarregar a nossa própria maldade, com todos os seus perigos para fora de nós, e sobre eles.”
Melaine Klein e Joan Riviere Amor, Ódio e Reparação Imago Editora
Fica-se a pensar que a vida não é este preto no branco. Por nosso orgulho pessoal consideramo-nos complexos, e somos, nas diversas formas como amamos e odiamos.
Mas vendo bem, quando a vida é amável, não é próprio nos questionarmos sobre o papel que temos na vida de alguém. Não se ajusta. É escusado.
Embora com interrupções no fluir habitual dos dias, no fundo do coração há um sentido para continuar, que nos transcende, porque nos incita a dar o nosso melhor, ao outro, à família.
Pensamos no papel que temos na vida de alguém - as intenções que leva o outro a estar connosco (e vice-versa) - quando começamos a duvidar desse sentido e a suspeitar que não é partilhado. O que somos não é visto. O que o outro vê em nós, não pode ser aceite. Nestes casos, muitas das vezes, o outro só pretende de nós, que lhe prestemos um serviço.
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