“Segundo kerneberg, o sujeito narcísico diz: Não preciso de ter medo de ser rejeitado por não encarar o ideal de mim próprio que seria o único a tornar possível que eu fosse amado pela pessoa ideal que imagino capaz de amar-me. Essa pessoa ideal e a minha imagem ideal dessa pessoa e o meu ser real são uma pessoa só e melhor que a pessoa ideal que eu queria que me amasse, por isso já não preciso de mais ninguém. Jeremy Holmes, Narcisismo Almedina
Uma vez na vida (tomara que
fosse só uma vez), confrontamo-nos com personagens que se atribuem a si próprio
um valor que não têm, julgam-se melhores e mais capazes do que na realidade são. E reiteradamente insistem em exibi-lo. Quem são estas personalidades? Que características possuem?
Trata-se do narcisismo
“estúpido” como lhe chama Carlos Amaral Dias*: o individuo acredita (ou quer acreditar), que não há
distância, pequena que seja, entre o que é como pessoa e aquilo que gostaria de ser. Julga-se magnifico, para além das suas possibilidades, embora apresente sentimentos dramáticos de nulidade quando o outro ou a realidade não o aprovam.
Esta fusão que resulta na crença de uma autossuficiência idealizada, coloca
o sujeito, segundo este autor ,“perante uma impossibilidade e uma confusão entre
o eu ideal e o ideal do eu” e incapacita-o para as relações de intimidade – o outro nunca está à altura de participar no
Olimpo onde o sujeito habita.
Não se precisa de mais ninguém e nem de tratar
bem os outros - é sempre um narcisismo destrutivo.
* Costurando as linhas da patologia borderland (os estados-limite) Climepsi
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