Mural de Martin Ron
Enviaram-me este texto por email. Julgo que muitos
de nós já o conhecem. Mas aqui fica para memória futura.
Sempre atual, sempre verdadeiro. E não diz respeito só à nossa história coletiva, ao modo como o poder político se pode comportar para connosco, mas aplica-se também, a todas as situações de manipulação inscritas na nossa história pessoal.
Sempre atual, sempre verdadeiro. E não diz respeito só à nossa história coletiva, ao modo como o poder político se pode comportar para connosco, mas aplica-se também, a todas as situações de manipulação inscritas na nossa história pessoal.
O seu verdadeiro autor é Sylvain Timsit
1. A estratégia da Distração:
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que
consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das
mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do
dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de
interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia,
psicologia, neurobiologia e cibernética. “Manter a atenção do público,
distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem
importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado…, sem nenhum tempo
para pensar; de volta à granja como os outros animais”
2. Criar problemas e depois oferecer
soluções:
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema,
uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este
seja o mandante das medidas que se deseja aceitar. Por exemplo: deixar que se
desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou se organize atentados
sangrentos a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e
políticas desfavoráveis à liberdade. Ou também: criar uma crise económica para
fazer aceitar como um mal necessário, o retrocesso dos direitos sociais e o
desmantelamento dos serviços públicos.
3. A estratégia da gradualidade:
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente,
a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições
socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as
décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade,
flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos
decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido
aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir:
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la
como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma
aplicação futura. É mais difícil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício
imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregue imediatamente. Depois, porque o
público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã
tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais
tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação
quando chegar o momento.
5. Dirigir-se ao público como crianças:
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso,
argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes
próximos da debilidade, como se o espetador fosse uma criança de pouca idade ou
um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espetador, mais se tende a
adotar um tom infantilizante. Porquê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se
ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em função da
sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou
reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos
ou menos ”
6. Utilizar o aspeto emocional muito
mais do que a reflexão:
Fazer uso do aspeto emocional é uma técnica clássica para causar um
curto-circuito na análise racional e, finalmente, no sentido crítico dos
indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a
porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos,
medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.
7. Manter o público na ignorância e na
mediocridade:
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos
utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às
classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma
que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes
sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas
classes mais baixas.
8. Estimular o público a ser complacente
com a mediocridade:
Levar o público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. Reforçar a autoculpabilidade:
Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado da sua própria
desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, suas capacidades, ou
de seus esforços. Assim, em vez de se rebelar contra o sistema económico, o
indivíduo auto desvaloriza-se e culpa-se a si próprio, o que gera um estado
depressivo, sendo um dos efeitos a inibição da sua ação. E, sem ação, não há
revolução!
10. Conhecer aos indivíduos melhor do
que eles mesmos se conhecem:
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma
crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e
utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à
psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do
ser humano, tanto na sua forma física como psicologicamente. O sistema tem
conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece a si mesmo.
Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e
um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si
mesmos.
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