sexta-feira, 25 de julho de 2014

As 10 estratégias para manipular as pessoas

Mural de Martin Ron

Enviaram-me este texto por email. Julgo que muitos de nós já o conhecem. Mas aqui fica para memória futura. 
Sempre atual, sempre verdadeiro. E não diz respeito só à nossa história coletiva, ao modo como o poder político se pode comportar para connosco, mas aplica-se também, a todas as situações de manipulação inscritas na nossa história pessoal.
O seu verdadeiro autor é Sylvain Timsit

1. A estratégia da Distração:
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética. “Manter a atenção do público, distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado…, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais”


2. Criar problemas e depois oferecer soluções:
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou se organize atentados sangrentos a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário, o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3. A estratégia da gradualidade:
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4. A estratégia de diferir:
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais difícil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregue imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.


5. Dirigir-se ao público como crianças:
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade, como se o espetador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espetador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Porquê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em função da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos ”


6. Utilizar o aspeto emocional muito mais do que a reflexão:
Fazer uso do aspeto emocional é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional e, finalmente, no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.


7. Manter o público na ignorância e na mediocridade:
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.


8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade:
Levar o público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.


9. Reforçar a autoculpabilidade:
Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado da sua própria desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez de se rebelar contra o sistema económico, o indivíduo auto desvaloriza-se e culpa-se a si próprio, o que gera um estado depressivo, sendo um dos efeitos a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!


10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem:
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto na sua forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.


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Ler também em: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com

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