Onda de debmphotos
“O desprezo sensação de autodefesa dos afortunados, é um
afeto que não avaliamos, sem dúvida suficientemente, todas as consequências (Honneth,
2000). Ele desencadeia, em reação, novas vagas de emoções intensas. Para o
melhor: uma imensa exigência de respeito. E para o pior: a raiva e o ódio, as
explosões de violência súbita que o individuo desprezado já não pode conter”.
Jean – Claude Kaufmann A Invenção de si -uma teoria da
identidade
A diferença entre os dois estados pode estar na presença
ou na ausência do ódio.
Mas no geral, o desprezo é injustamente associado a um
sentimento vil, resultado de uma falha na capacidade de resolução íntima das
emoções, que nos deveria humilhar e culpabilizar, e que convém que seja superado por fragilizar o desejável vínculo social.
Raramente o consideramos uma qualidade
dos afortunados que, sem ódio, ou com ele, lutam pelo
reconhecimento e autodeterminação, de si próprios ou de um povo. Lutam por uma existência com sentido e identidade.
Podemos não
nos sentirmos confortáveis com a atribuição do conceito de desprezo nestas
circunstâncias, e optemos por o substituir por outras forças de caráter, tal
como a coragem, mas requer, sobretudo, outras qualidades como a disciplina mental, para continuar a desprezar o outro e manter-se civilizado.
A natureza do "desprezo" permanece
imutável: a defesa em ser tratado como uma pessoa perante um outro que lhe nega
o lugar e os direitos, reais ou imaginários.
Uma entrevista com o sociólogo Jean – Claude Kaufmann, no passado dia
15 de outubro: