John William Waterhouse Echo and Narcissus (1903)
A história de Narciso que representa a metáfora do amor narcísico, encontra-se muito divulgada. Poderá consultá-la aqui
Contudo, a “moral da história”, ou o seu significado, nem tanto. Ao ler Jane G. Goldberg em “O lado Escuro do Amor”, compreendi melhor o tipo de amor que Narciso nutria por si mesmo, e a natureza das relações que os narcísicos estabelecem com as outras pessoas.
Esta autora, refere que, na história do mito, Narciso na verdade não está apaixonado pela sua imagem reflectida no lago. Ele está preso, porque não há movimento, de vida animal, ou da imagem nas águas. Está tudo parado. Isto significa que, Narciso ficou tão absorvido pela sua imagem - que habitualmente interpretamos, de amor por si próprio – que suprimiu a sua relação com os outros. Mas não fez, só isto. Narciso ao deixar-se morrer nesta situação, também não velou pelas suas próprias necessidades físicas.
Daí que Jane G. Goldberg, concluí: “ Para se importar tão pouco com as suas próprias necessidades a ponto de se matar, Narciso deveria ter uma grande reserva de auto-desprezo.”
É este o significado oculto da história de Narciso. No narcisismo existe raiva e ódio dirigidos contra o próprio, não sendo por isso correcto, dizer-se que os indivíduos competurbação narcísica amam-se a si próprios. Assim sendo, incorremos numa ilusão de óptica se interpretarmos o orgulho, a futilidade e a ambição características destas personagens, como amor-próprio.
A origem do seu sofrimento, também não é reconhecida por Narciso, por várias razões, uma delas é a dificuldade em tomar consciência de si.
A origem do seu sofrimento, também não é reconhecida por Narciso, por várias razões, uma delas é a dificuldade em tomar consciência de si.
Em breve falaremos da mãe de Narciso - outra história pouco conhecida.
Sem comentários:
Enviar um comentário