sexta-feira, 27 de maio de 2011

O ódio branco

Peter Blake Viewpoint 1979


Ódio parece-nos um sentimento muito forte. Neste caso do ódio branco, não se trata de uma força destrutiva que persegue e mata. Não neste caso. Mas não deixa de ser mortífero na mesma, porque expressa-se de uma maneira indirecta, sub-reptícia, atacando o amor-próprio daquele a quem se dirige. Por isso se chama de ódio branco ou violência oculta.
São todas aquelas atitudes em que um recusa-se a tratar o outro como pessoa, ignorando-o, negando-lhe o direito a uma opinião, a um lugar.
Algumas vezes, o ódio é de tal forma intenso que leva à destruíção da consciência dele mesmo (Otto Kernberg). Pelo que, não permite que o indivíduo corrija os comportamentos e os efeitos nocivos que causou no outro.
Constituem atitudes perversas, cuja natureza não permite que as enfrentemos directamente. Quando são denunciadas, é frequente a vítima ser acusada de ser sensível demais, ou ter manias de perseguição.
É um ódio muito presente nas nossas vidas pessoais e laborais.
“Perante ele (esse ódio branco), a única relação justa consiste então - já que o outro, por sua vontade, se ausentou da relação – em sermos justos para connosco: importa recorrer a uma força de resistência para salvaguardamos o nosso lugar e defendermos os nossos direitos, e tal força terá de ser pelo menos igual à força que o outro utiliza para no-los negar. “
O Ódio Necessário Nicole Jeammet Editorial Estampa
(Mas não necessariamente uma força com os mesmos métodos)

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