terça-feira, 9 de julho de 2013

Os dissociados







de David Parkins.com

Uma anedota contada por um dirigente dos Tories (partido conservador), é significativa. Fomos a um beberete em casa de amigos comuns. Ela (Margaret Thatcher) perguntou à anfitriã pela filha que ainda frequentava a escola, mas tinha arranjado um emprego sazonal para as férias de verão, na Marks & Spencer.
Margaret Thatcher: "Vê. E dizem que não há trabalho. É evidente que há."
Na realidade o presidente da Marks & Spencer, Marcus Sieff, era amigo dos anfitriões.
Arno Gruen Falsos Deuses

E, a Srª Thatcher, tinha conhecimento desse fato, que seguramente permitiu que a jovem conseguisse aquele emprego de férias.
Esta breve história serve para ilustrar a tendência que algumas pessoas têm em suprimir a realidade, e substitui-la por outra de acordo com os seus interesses e necessidades pessoais. Julgam que fazem dos outros parvos. Estão a usar uma técnica, como já expôs no post “A técnica da cisão ”, a que se pode recorrer uma vez por outra, contudo, poderá ser para algumas pessoas, um padrão instalado de funcionamento. São os dissociados, como o autor lhes chama, porque têm um Eu dividido. É exemplo, falarem em nome da moralidade, mas não a sentem, e até se comportam de modo contrário.
Esta falta de um sentido coeso de organização interna, faz com que desconheçam partes de si mesmos, e sobre as quais procuram também, não ter consciência da sua coexistência.
De modo a manter esta necessidade interior de cisão, manifestam dificuldades em integrar opiniões contrárias às suas, pelo que, investem na lei e na ordem de modo repressivo. "Assim, somos confrontados com uma realidade que corresponde ao interior dessas pessoas e não com os fatos” (Arno Gruen).
Um fator de risco para a saúde mental, deles próprios, e dos que estão à sua volta. 
Mesmo compreendendo a técnica, e a função que ela cumpre, até nos surpreendemos como recém chegados ao poder, a utilizam sem pudor e sem ética. 

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