René Magritte The Human condition
“
O narcisista desconhece sobretudo quem ele é”
Cristina Fabião Narcisismo, defesas primitivas e separação Climepsi
Exibicionistas com manias de
grandezas ou tímidos e inibidos, mas igualmente insatisfeitos, que sempre
querem o melhor e dificilmente se contentam, intransigentes e reivindicativos
acerca do comportamento dos outros, irónica e paradoxalmente, não sabem quem
são.
Para o narcisista alcançar a
autoconsciência teria de admitir que, por exemplo, o outro pode ser mais amado
e admirado do que ele, ou que, a inocência da infância terminou.
Uma lição de vida para as suas vítimas que tentam desesperadamente lhes agradar.
A perspectiva deve ser
então, a inversa. Não são os outros que não são suficientemente capazes e bons,
as personalidades narcísicas por não terem consciência de si, não possuírem um
conceito integrado do eu (confusão entre pensamentos e
sentimentos, entre outras alterações), nem dos mecanismos que utilizam para
proteger o seu narcisismo, não reconhecem adequadamente as emoções e
sentimentos dos outros, pelo que, não lhes dão o devido valor.
Assim sendo, os narcísicos
não podem ter capacidades adequadas de empatia pelas pessoas (no mínimo, imaginar
o seu mundo), fazer delas uma avaliação apropriada e investir emocionalmente
nas relações - o Outro é sempre o objecto redescoberto.
A fonte do (algum)
conhecimento que têm de si próprio, faz-se através do efeito que causam (ou
julgam causar) nos outros. Essas impressões, tanto servem para alimentar o
ego grandioso como, ao não lhes parecerem favoráveis, podem contribuir para a
baixa auto-estima e para o desânimo. Por isto, o narcísico está dependente
deste jogo de espelhos, e sem ele, sente-se vazio e nada.
Só se reconhece e se dá valor, ao que a estrutura de personalidade permite, ou seja, só se dá o que se tem, como dizia Oscar Wilde "Cada um dá o que tem no coração, e cada um recebe com o coração que tem."
Sem comentários:
Enviar um comentário