Kruger, Barbara Untitled (Be), from the Untitled Portfolio, 1985
“É preciso levar Ana a aceitar que, faça o que fizer, ela será sempre objecto de ódio para Paulo, aceitar que nada pode fazer para modificar esta relação, aceitar a sua impotência. Basta portanto que ela tenha uma imagem suficientemente boa dela própria para que as agressões de Paulo não ponham em causa a sua identidade. Assim, se deixar de ter medo do seu agressor, ela sairá do jogo e talvez possa desarmar a agressão”.
Marie – France Hirigoyen Assédio, Coacção, Violência no Quotidiano Pergaminho
Necessito clarificar o que se entende por ódio e o que se entende por amor. “O ódio é uma força destruidora e desintegradora tendendo para a privação e a morte, e o amor uma força unificadora e harmonizadora, tendendo para a vida e o prazer” (Joan Riviere), mesmo considerando que no amor possa estar presente a agressividade, e do mesmo modo, esta presente no ódio, pode não ser destrutiva.
Quando se sai de vez, do domínio de uma relação desintegradora?
O texto é interessante pelas pistas: “aceitar que nada pode fazer para modificar esta relação, aceitar a sua impotência"; perceber que essa relação não a define – há um lado bom nela própria, há muito esquecido, mas ávido por renascer, e que, independente do que sente pelo outro, esta relação faz-lhe mal.
Se transferirmos estes sentimentos para os contextos de trabalho, cansados da inércia de nada funcionar como deveria, avizinha-se a vontade de mudança de vida.
Se transferirmos estes sentimentos para os contextos de trabalho, cansados da inércia de nada funcionar como deveria, avizinha-se a vontade de mudança de vida.
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