Peter Blake, Tuesday, 1961
“Para poder idealizar um novo objecto de amor e manter a relação amorosa, um perverso tem necessidade de projectar tudo o que é mau sobre o parceiro precedente tornado bode expiatório. Tudo que é obstáculo a uma nova relação amorosa deve ser destruído como objecto incómodo. Assim, para que haja amor, é preciso que haja ódio algures. A nova relação amorosa constrói-se sobre o ódio ao parceiro precedente. Aquando das separações, este processo não é raro, mas o mais frequente é o ódio esfumar-se pouco a pouco, ao mesmo tempo que se esfuma a idealização do novo parceiro.”
Marie- France Hirigoyen Assédio Coação e Violência no Quotidiano Pergaminho
No percorrer as nossas experiências de vida, esta narrativa não nos parece de imediato familiar. É enigmática. Mas certamente já nos cruzamos com aqueles casais cujo ditado popular identifica como “A 1ªmulher (ou marido) é trapo a 2ªmulher (ou marido) é guardanapo”. Ter sido trapo, tem o significado de ter sido mal amada, ou até mal tratada.
Nas personalidades perversas, aquando da separação, ou com um novo amor, é com surpresa que as vemos amorosamente tolerantes para com a nova relação. Ao projectar sobre o parceiro anterior tudo de ruim, salvam o novo amor dos sentimentos de frustração que este lhes causa e que não conseguem tolerar a não ser através do maltrato ao parceiro anterior. Sendo esta a sua função, o que quer que este faça não costuma contribuir para melhorar a situação, a não ser esperar que “se esfume a idealização do novo parceiro”, e naturalmente, cuidar de si.
Acredito que "fazer-se de bonzinho" só com algumas pessoas, quer na vida amorosa, quer na vida social e profissional, é uma necessidade do perverso - faz-me lembrar aquela frase "até os psicopatas precisam de amor". É como se precisasse de se convencer que é capaz. de se fazer amar. Só que esta relação, não é igualitária, estabelecesse com base nas suas condições, mais tarde ou mais cedo, só ele a controla, só ele tem direitos.
Acredito que "fazer-se de bonzinho" só com algumas pessoas, quer na vida amorosa, quer na vida social e profissional, é uma necessidade do perverso - faz-me lembrar aquela frase "até os psicopatas precisam de amor". É como se precisasse de se convencer que é capaz. de se fazer amar. Só que esta relação, não é igualitária, estabelecesse com base nas suas condições, mais tarde ou mais cedo, só ele a controla, só ele tem direitos.
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