Oratório Paula Rego
“Lá no fundo, a vontade de destruir, direcionada para os outros, não é mais que a vontade de nos destruirmos a nós mesmos.”
Valerio Albisetti Ser amigo ou ter amigo? E. Paulinas
Quem me ofereceu este livro
surpreendeu-se que eu reconheça todo o sentido na frase “As atitudes
ficam com quem as pratica”. Com base neste pressuposto, está a ideia de que somos os
únicos responsáveis pelas nossas ações, e consequentemente, estamos
dispostos a suportar as consequências, se as houver, apesar de não termos
nenhum controle sobre elas. Se não houver consequências, ficamos bem. Não
ficamos.
Este estado prende-se com a
existência em nós, da imagem que cada um tem de si e da imagem que
tem do outro, o outro presente em nós, do que ele representa. É
o nosso património, causar-lhe dano, passa a ser a partir de agora, a
vontade de nos destruirmos a nós mesmos.
A inexistência desta continuidade
– o eu, o outro em mim - é o vazio, fonte de todas as violências. É a
ausência da ideia da própria bondade, e precisamos de nos considerarmos bons
para viver - todas as pessoas que têm saúde mental se consideram decentes.
Deveríamos ter medo de
quem não tem nada a perder. Ou de quem não quer saber de si.
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