sexta-feira, 22 de abril de 2011

Uma orgulhosa mãe


Imperador Guilherme II


“Em suas Novas conferências Introdutórias, Freud censurou o escritor Emil Ludwig – ainda que sem mencionar o nome. Em uma das novelas biográficas (1926) que constituíam sua especialidade, Ludwing interpretou a personalidade do Imperador Guilherme II de conformidade com as teorias de Alfred Adler. Ele atribui a presteza com que o Hohenzoller se sentiu ofendido e partiu para a guerra como reacções a um sentimento de inferioridade dos órgãos. O Imperador nascera com um braço atrofiado. O membro defeituoso tornou-se uma ferida que ficou sensível através de toda a sua vida e resultou na formação do carácter que, segundo Ludwig, foi um dos importantes factores que levaram à eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Não é isso! Disse Freud. Não foi a lesão congénita em si que resultou na sensibilidade do Imperador Guilherme às feridas narcísicas, mas sim a rejeição que sofrera por parte da sua orgulhosa mãe, que não conseguiu aceitar a criança imperfeita.”
Heinz Kohut, Self e Narcisismo, Zahar Editores


Emil Ludwig não gostou desta critica que Freud lhe fez, e mais tarde, num acesso de fúria narcísica, na bibliografia que escreveu sobre o pai da psicanálise, infringiu-lhe um ataque vulgar - “mesmo os que se opunham à psicanálise e a Freud consideraram um embaraço a vulgaridade do ataque de Ludwig e dele se descartaram”. (Kohut).



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