detalhe da arquitetura de um edifício na Praça da Figueira - Lisboa
“No caso dos indivíduos cujas relações de objeto estão predominantemente no mundo exterior, dar tem o efeito de criar e engrandecer valores e de promover o autorrespeito; mas no caso de indivíduos cujas relações de objetos são predominantemente no mundo interior, dar tem o efeito de depreciar os valores e de diminuir o autorrespeito. Quando estes indivíduos dão, tendem para se sentir empobrecidos, porque quando dão, dão à custa do seu mundo interior.”
Ronald Fairbairn Estudos Psicanalíticos da Personalidade Editorial Veja
Confesso que quando me deparei com este texto, pensei “aqui está a explicação para a dificuldade dos egoístas em se dar aos outros, e a explicação para a felicidade das pessoas generosas”.
Os primeiros quando dão algo de seu, tendem a sentir um sentimento de vazio, os segundos sentem-se mais enriquecidos. Estou a me lembrar do modo desajeitado como aqueles o fazem, e do sofrimento a que isso os pode levar. Não costumam ter uma resposta adequada e oportuna às necessidades da outra pessoa, porque estão muito centrados neles próprios, pouco (ou nada) interessados no bem-estar dos que os rodeiam, e partilham a crença (por vezes dissimulada), que o outro e a sua diferença não poderão enriquecê-los. Estes indivíduos, ao estabelecerem relações com o mundo a partir deles próprios e das suas necessidades - as relações de objetos são predominantemente no mundo interior - manifestam dificuldades em atender à outra pessoa como diferente e possivelmente a necessitar de ajuda. Para ilustrar, podem até dar o que não faz jeito nenhum, ou falar deles próprios, quando no momento, é o outro que interessa.
Os primeiros quando dão algo de seu, tendem a sentir um sentimento de vazio, os segundos sentem-se mais enriquecidos. Estou a me lembrar do modo desajeitado como aqueles o fazem, e do sofrimento a que isso os pode levar. Não costumam ter uma resposta adequada e oportuna às necessidades da outra pessoa, porque estão muito centrados neles próprios, pouco (ou nada) interessados no bem-estar dos que os rodeiam, e partilham a crença (por vezes dissimulada), que o outro e a sua diferença não poderão enriquecê-los. Estes indivíduos, ao estabelecerem relações com o mundo a partir deles próprios e das suas necessidades - as relações de objetos são predominantemente no mundo interior - manifestam dificuldades em atender à outra pessoa como diferente e possivelmente a necessitar de ajuda. Para ilustrar, podem até dar o que não faz jeito nenhum, ou falar deles próprios, quando no momento, é o outro que interessa.
Os generosos - as relações de objeto estão predominantemente no mundo exterior - sabem cuidar de si próprios e dos outros. Sabem que o desejo de ajudar, primeiro tem de nascer de um desejo para si próprio, e que devem ser generosos só até onde for possível.
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