Haring Keith, 1982
“…o sujeito por intolerância à frustração tentando evitar a todo o custo a dor mental, arranja uma forma especial de pensamento – extremamente rígido – ao colocar-se sempre numa determinada perspetiva, acomodando tudo o que vem do exterior, todo e qualquer pensamento diferente, àquilo que lhe convém, invertendo sempre habilmente as coisas.”
Maria de Fátima S. Cabral Pensar a Emoção
Julgo que muitos de nós se confrontam no dia-a-dia, em particular em certos ambientes profissionais, em que se lança uma ideia renovada (quando é possível se expor ideias), a qual é rejeitada de imediato, ou com um prazer inconfessado, é recusada com um argumento após outro, que tal já foi posto em prática.
São múltiplas as variantes que poderiam ilustrar o texto apresentado, também na vida pessoal e social, em que, tal como numa atitude perversa, pode-se saber mas recusa-se a abertura ao conhecimento, à ligação ao outro e ao mundo de um modo diferente e que poderia ser potenciador de crescimento pessoal. Mas contrariamente, esta rigidez de ideias é apresentada por vezes, com vaidade, a vaidade da ignorância, e como sinal de firmeza e rigor.
O novo mete medo. Provoca que nos confrontemos com a possibilidade do nosso insucesso. É um terreno deslizante no qual se podem perder as coordenadas. Não se confia que se seja capaz de enfrentar esta incerteza, porque não se é capaz de lidar com uma dor que não se sabe nomear. Não se está preparado para o amor à vida e ao conhecimento, porque se está psicológicamente doente.
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