Abuso de poder ou perversão?
“Um exemplo de abuso de poder direto é-nos dado por Einstein* que, fatigado pela presença da sua primeira mulher Milena Maric, mãe dos seus dois filhos, e não desejando tomar a iniciativa de uma rutura, estabelece por escrito condições draconianas e humilhantes para o prosseguimento de uma vida em comum (Le Monde, 18 de Novembro de 1996):
A. Você velará por que:
- A minha roupa de uso e os meus lenções sejam mantidos em ordem;
- Me sejam servidas três refeições diárias no meu escritório;
- O meu quarto e no meu escritório estejam sempre bem mantidos e que na minha mesa de trabalho mais ninguém mexa além de mim;
B. Você renunciará a toda a relação pessoal comigo, exceto no que for necessário para manter a aparência social. Em particular você não reclamará:
- Que eu me sente consigo em casa;
- Que eu saia em viajem em sua companhia;
C. Você prometerá explicitamente observar os pontos seguintes:
- Não esperará de mim qualquer afeição; e não me censurará por isso;
- Responder-me-á imediatamente sempre que eu lhe dirija a palavra;
- Saíra do meu quarto ou do meu escritório imediatamente sem protestar sempre que eu lhe peça;
- Prometerá que não me denegrirá aos olhos dos meus filhos, nem por palavras, nem por atos.
Aqui, o abuso de poder é claro, ele é mesmo escrito. Num perverso, a denominação é dissimulada e até negada. A submissão do outro não basta, há que apropriar-se da sua substancia."
Marie-France Hirigoyen Assédio, Coação e Violência no Quotidiano Pergaminho
2 comentários:
Há muito tempo que não comento porque as letras nunca me deixar ...não consigo acertar em todas...
Só para dizer que a acompanho...
e deixar um bom dia...
rleonor
Também a acompanho e sempre que escrevo algo que sei que está dentro da suas temáticas, penso em si.
Um bom dia também para si.
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