L. Escaler Maleina
“No
entanto, o paradoxo da nossa existência consiste no fato do fracasso da
autonomia poder também constituir um não fracasso. Acontece que a autonomia
pode passar à clandestinidade e esconder-se com recurso à sujeição, à
subserviência e ao abandonar-se à vontade de outrem. E isso dá esperança.
"
Arno
Gruen A traição do eu
Assírio e Alvim
Na
necessidade de nos afirmarmos ou de nos defendermos, achamos muitas das vezes
como certo, não perdemos as oportunidades de reagirmos à altura das situações.
À altura das situações deverá ser, preferencialmente, como nos dizem todos os
manuais, termos uma atitude assertiva, ou seja, resguardarmos o nosso espaço,
perante o outro, sem recuarmos e sem o agredir.
Mas
há conjunturas em que já percebemos que não é possível estabelecermos com
aquela pessoa, a relação que desejaríamos e que corresponderia melhor às nossas
necessidades. Perdemos a fé no outro, e parece-nos que esse investimento seria
uma perda de energia e recursos, importantes a utilizar para quem, ou no que,
verdadeiramente interessa. É como se atirássemos para o fundo de nós, sem conflito e
temporariamente, as nossas posições sobre as coisas do mundo. Só
temporariamente, quem sabe, até o contexto se alterar e pormos outras ideias em prática. E isso dá
esperança.
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