sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A esperança pode estar onde menos se espera

L. Escaler Maleina
“No entanto, o paradoxo da nossa existência consiste no fato do fracasso da autonomia poder também constituir um não fracasso. Acontece que a autonomia pode passar à clandestinidade e esconder-se com recurso à sujeição, à subserviência e ao abandonar-se à vontade de outrem. E isso dá esperança. "
Arno Gruen A traição do eu Assírio e Alvim
Na necessidade de nos afirmarmos ou de nos defendermos, achamos muitas das vezes como certo, não perdemos as oportunidades de reagirmos à altura das situações. À altura das situações deverá ser, preferencialmente, como nos dizem todos os manuais, termos uma atitude assertiva, ou seja, resguardarmos o nosso espaço, perante o outro, sem recuarmos e sem o agredir.
Mas há conjunturas em que já percebemos que não é possível estabelecermos com aquela pessoa, a relação que desejaríamos e que corresponderia melhor às nossas necessidades. Perdemos a fé no outro, e parece-nos que esse investimento seria uma perda de energia e recursos, importantes a utilizar para quem, ou no que, verdadeiramente interessa. É como se atirássemos para o fundo de nós, sem conflito e temporariamente, as nossas posições sobre as coisas do mundo. Só temporariamente, quem sabe, até o contexto se alterar e pormos outras ideias em prática. E isso dá esperança.





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