Cena da série "Era uma vez..." canal AXN Portugal, em que a Rainha Má afirma: "Vou destruí-la, nem que seja a última coisa que eu faça."
"Por outro lado, aquele que sofreu uma ferida narcísica não consegue sossegar enquanto não tiver reduzido a pó um agressor vagamente percebido que se atreveu a contrariá-lo, a discordar dele ou a brilhar mais do que ele. “Mágico espelho meu, haverá no mundo alguém mais bonito do que eu?” pergunta o self grandioso-exibicionista. E quando se diz que há alguém mais bonito, ou mais forte, ou mais inteligente, então como a perversa madrasta da Branca de Neve, ele nunca mais terá sossego, pois nunca mais conseguirá apagar a evidência que desmentiu a convicção de ser singular e perfeito.
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Ainda que sejam diferentes as suas manifestações, todos os casos de fúria narcísica têm alguns aspetos em comum porque todos surgem da matriz de uma visão do mundo narcísica ou pré-narcísica. O modo arcaico de vivenciar explica por que todos aqueles que estão possuídos de fúria narcísica mostram total falta de empatia para com aquele que os ofendeu. Isso explica o desejo intransigente de lavar a ofensa que foi cometida contra o self grandioso e a fúria implacável que surge quando se perde o controle sobre o selfobjecto especular ou quando o selfobjecto onipotente não está disponível. E o observador empático há de compreender a importância mais profunda do estimulo aparentemente insignificante que provocou o ataque de fúria e não vai surpreender-se pela gravidade aparentemente desproporcional da reação. "
Heinz Kohut Self e Narcisismo Zahar Editores.
Palavra- chave: Fúria narcísica
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