sábado, 22 de junho de 2013

Paradoxo da inocência

G L Bernini (detalhe)

“Como a maior parte de nós foi dotado de uma sensação de horror quase instintiva perante a exorbitância do mal, quando reconhecemos a sua presença, a nossa própria personalidade é afinada pela consciência da sua existência. A nossa consciência do mal é um sinal para nos purificarmos. Foi o mal que, por exemplo, levou Cristo à cruz, permitindo-nos vê-lo à distância. O nosso envolvimento pessoal na luta contra o mal no mundo, é uma das formas como evoluímos.”
M. Scott Peck O Caminho menos percorrido Sinais de fogo.
É uma armadilha não querer ver o mal, o julgar que, se todos mantivéssemos dentro dos nossos corações a inocência, o mundo seria melhor.
Porque o mal é real. Está nas pessoas e “instituições que reagem com ódio na presença da bondade e destroem o Bem na medida em que puderem”, através das suas atitudes e políticas injustas.

As pessoas que o olham de frente, apercebem-se da escuridão que o mal nas suas diversas expressões, pode trazer às suas vidas e à das outras pessoas, e acabam por, ao ter consciência da sua presença, distinguir o certo do errado e assim celebrar a luz, que é o amor, alcançável e perfeito nas suas imperfeições.
Confissão de indiferença e resignação, é a sombra, que é também escuridão, e não previne uma merecida existência, por se colocar à mercê do mal.
Parece que é a lição aprendida pela voz das ruas, no Brasil e em outros países, através da apresentação, em paz, de propostas políticas concretas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Foi o mal que, por exemplo, levou Cristo à cruz, permitindo-nos vê-lo à distância. O nosso envolvimento pessoal na luta contra o mal no mundo, é uma das formas como evoluímos.”

Cristina já tenho lido en alguns posts seus, onde menciona Deus/ Jesus depois de entrar neste mundo da psicologia vi q muitos psicologos/psiquiatrias/psicanalistas não são crentes, acreditam no poder dos homens , não da religião, como poderemos saber de q lado está a razão? Sempre tive a minha fé mas á medida q vou tomando consciência de coisas q antes não tinha começo a ter as minhas duvidas...

cristina simões disse...

Escrevo poucas vezes sobre Deus ou Jesus, e quando o faço é pela voz de Scott Peck. Ms como lhe parece que é um tema que merece alguma referência neste blogue, será o assunto do próximo post, embora seja só uma posição pessoal, através de opiniões de outros autores,
fique bem

Anónimo disse...

Cristina escreve poucas coisas, mas quando as sita nas voz de outros é pq lhe diz algo essas palavras se não, não as sitava... Faço o mesmo com alguns escritores quando as suas palavras me tocam, aguardo o seu novo post.
É sempre bom ler os seus posts, estamos sempre a aprender...

cristina simões disse...

Obrigada pelas suas palavras, que são encorajadoras. Sim, faço meu o pensamento dos autores que menciono. Ou seja, faz-me sentido e admiro-os, também.