sábado, 17 de julho de 2010

Como destruir uma relação


Há relações amorosas que não têm história. Não têm princípio, nem meio, nem fim. E pior, não vislumbramos o fim. Repare, eu não disse "não vislumbramos o fim desejado", porque se ainda estamos nesta relação, ela cumpre de algum modo com as nossas necessidades. Isto para todas nós é um enigma, eu sei.
Como espatifar uma relação?
Aproveitemos o segundo de lucidez que temos por dia, para pôr em prática um plano. Não nos inspiremos em Kate Hudson no filme “Como perder um homem em 10 dias”. Este filme é enganador. Estudar os gostos e hábitos de um homem para contraria-lo, pode virar-se o feitiço contra o feiticeiro, isto é, perpetuar a nossa situação. Corremos o risco de ter prazer em fazê-lo sofrer, e desatar esse nó, o nó do prazer, pode ser muito difícil. Fazer-se odiosa, também é uma forma de se fazer amar, sabia? O que a personagem de Kate Hudson conseguiu, foi fazer com que a personagem de Matthew Mconaughey, saísse da sua zona de conforto (leia-se o seu narcisismo), e a reconhecesse. Fantástico. Este homem valia a pena! Não é o nosso caso, ou é?
Já tentamos esta estratégia? E o resultado, foi ele forçar a que tudo voltasse ao mesmo, e nós cumprimos com o papel esperado. E o quanto nos sentimos patéticas!
O pressuposto de base é, o que une um ser ao outro, é a intimidade partilhada. Temos de nos deixar disto. Pôr fim à partilha de estados de alma, de mil expressões que têm por base o nosso interesse por ele e por tentar resolver as pequenas/grandes disputas. Vai tudo para atrás do pano, ou do tapete. A nossa expressão deve passar a ser “está tudo óptimo”. Nada de sair do sério. Fleuma, impõe-se! E jamais lhe podemos revelar, num momento de ira, o nosso plano. Se assim o fizermos, quem estamos a enganar? Estamos a lutar novamente pela relação!
Há um segundo pressuposto de base para colocar em prática o plano, a minha amiga tem razão, é preciso ter auto-estima. As fontes de auto-estima, que em delírio julgamos que estão nesta relação, têm de ser transferidas para outro sítio - para experiências de sucesso e para a certeza que estamos no coração de alguém. De outro, claro, ou não?



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