domingo, 28 de novembro de 2010

Os efeitos do abuso sobre as mulheres

"É pelo domínio do outro que eles confirmam quem são". João Redondo, psiquiatra
A 25 de Novembro comemorou-se o Dia Internacional de Combate contra a Violência Doméstica. Nunca é tarde para se abordar o tema da violência contra as mulheres. Para quem sofre essas experiências e para quem quer compreender  os efeitos do abuso sobre as mulheres, assim como as estratégias do abusador, um livro de Catherine Kirkwood Cómo separarse de su pareja abusadora, em língua espanhola ou inglesa.
Neste Link, poderá consultar na obra citada (pag. 71 e seguintes), uma completa caracterização dos efeitos do abuso emocional em situações de violência doméstica - as seis componentes na experiência subjectiva das mulheres -  que são:

Degradação – Sentir-se degradada, menos valorizada, menos aceite…
Temor – Sentir ansiedade e temer pela sua segurança…
Cosificação - Sentir-se um objecto, sem recursos, nem desejos…
Privação – A dificuldade ou impossibilidade de satisfazer as necessidades básicas…
Sobrecarga – Sentir um tremendo gasto de energia para manter a relação, a nível emocional e prático…
Distorção da realidade - Sentir-se enredada em dúvidas sobre si própria, sobre o outro e sobre os factos da realidade….

Para compreender melhor e intervir nas situações de violência contra as mulheres, o Manual ALCIPE da APAV.

Para as intervenções em contexto escolar, o Programa da UMAR com 15 sessões.  E os Guias de Educação Género e Cidadania para o Pré- Escolar e 3º Ciclo, em versão integral, aqui.

O programa da RTP sobre a violência doméstica: SERVIÇO DE SAÚDE

POR CADA MULHER HÁ UM HOMEM
Por cada mulher cansada de ter que fingir fraqueza.
Há um homem que gosta de a proteger e espera submissão.

Por cada mulher cansada de ter que agir como uma tonta.
Há um homem que finge saber tudo porque lhe dá poder.

Por cada mulher cansada de ser descrita como "fêmea emocional”.
Há um homem que aparenta ser forte e frio para manter seus privilégios.

Por cada mulher catalogada pouco feminina quando compete.
Há um homem que não se importa de pisar em ninguém desde que seja o primeiro.

Por cada mulher cansada de ser um objecto sexual.
Há um homem que gosta de usar as mulheres para o seu prazer.

Por cada mulher que se sente atada aos seus filhos.
Há um homem que goza de tempo livre à sua custa.

Por cada mulher que não teve acesso a um trabalho ou salário satisfatório.
Há um homem que tira vantagem do trabalho livre feito em casa e não move um dedo para exigir igualdade de direitos das mulheres.

Por cada mulher que não conhece a mecânica de um carro.
Há um homem que, quando ele chega a casa de carro, tem mesa e toalha posta.

Por cada mulher que dá um passo no sentido de sua própria libertação.
Há um homem que tem medo de perder o seu lugar privilegiado perante ela.

Por cada mulher que é vítima de violência doméstica.
Há um homem que a exerce e o nega, apresentando-se como vítima de "provocação" ou do "abuso psicológico" da mulher, e outros homens que olham para o lado num silêncio cúmplice.

Por cada mulher que acredita que os homens querem plena igualdade de direitos, existem centenas de homens, na esperança de que "tudo mude um pouco para que tudo fique na mesma".

Autores:
José A. Lozoya. Coordinador Programa Homens pela Igualdade. Espanha
Péter Szil. Psicoterapeuta. Trabalha em Espanha e na Hungria.
Luis Bonino. Psicoterapeuta. Director do Centro de Estudos da Condição Masculina

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