Dali, Metamorfose de Narciso (detalhe)
De que se fala quando se fala de narcisismo? As pessoas associam o narcisismo saudável, ao amor por si próprio, quanto baste. Contudo, quanto ao narcisismo que “ultrapassa as medidas”, o narcisismo patológico, facilmente o associamos àquelas personagens exuberantes, que exploram os outros para fins próprios (representado por Narciso), mas raramente, às pessoas tímidas, inibidas e também centradas em si próprias (representadas pela ninfa Eco). Mas os dois tipos correspondem a personagens narcísicas. Assim sendo, o que têm em comum? Dos seus comportamentos, podemos inferir sentimentos, os quais são:
“Uma negação exterior de dependência e um auto – admiração consequente (mesmo na ninfa Eco); por detrás desta ultima, uma raiva oral e uma inveja esmagadora; e por baixo dela, um anseio frustrado de atenção amorosa”.*
Um dado importante, é de que, estes sentimentos afloram de modo mais intenso, nas relações íntimas.
Quando compreendermos na prática, como estes sentimentos se poderão manifestar, julgo que já percebemos alguma coisa sobre o narcisismo patológico (o que procura destruir a auto-estima do outro). Esta compreensão, também é importante para a nossa protecção.
Quando compreendermos na prática, como estes sentimentos se poderão manifestar, julgo que já percebemos alguma coisa sobre o narcisismo patológico (o que procura destruir a auto-estima do outro). Esta compreensão, também é importante para a nossa protecção.
Com a intenção de ilustrar a negação exterior de dependência temos, por exemplo, aqueles comportamentos que abordam o outro com vista aos próprios fins, mas não revelam gratidão.
Uma das suas dolorosas expressões, talvez seja após a entrega amorosa, a rejeição fria e brutal, que não há qualquer ligação ou compromisso. Este comportamento, revela a recusa de trocas (emocionais…), e se o indivíduo narcísico dá, espera receber, a dobrar. Na base desta negação da importância do outro, está a inveja.
*Jeremy Holmes, Narcisismo, Almedina
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