domingo, 9 de janeiro de 2011

Fadiga no trabalho

Edward Hopper, Office Night

Altas expectativas sobre o resultado do nosso desempenho, como o medo de falhar, de ser criticado, ou a extrema necessidade que o chefe reconheça e elogie o nosso trabalho, podem ser factores mais do que suficientes para um estado de fadiga e frustração (burnout), caso os resultados não sejam os esperados. Como consequência, surgem sentimentos de irritabilidade, intolerância e desadequação que, ao alimentarem o ciclo, reforçam o mal-estar.
Aquelas aspirações, poderão parecer legítimas para quem leva o trabalho a sério, mas na verdade, a dependência em excesso do "olhar do outro" e de um ideal a atingir, podem corresponder a um estrutura narcísica de personalidade, descrita como um conjunto de traços e atitudes relacionais que incluem auto-admiração e auto-importância excessivas, medo de falhar, exibicionismo, sentimentos de omnipotência, intolerância à crítica, fantasias de sucesso ilimitado ou grandioso, e uma certa crença em se ser especial ou único.

Miguel Tecedeiro realizou uma investigação - Estudo exploratório sobre burnout numa amostra portuguesa: O narcisismo como variável preditora da síndrome de burnout -  em 2010, que teve como objectivo testar a hipótese de o narcisismo ser uma característica de personalidade que representa uma vulnerabilidade para o burnout.
Os resultados a que chegou, confirmam que quanto mais fortes as características de personalidade narcísica do sujeito, maiores os scores nos diversos factores de burnout, com uma incidência particularmente significativa na exaustão.
Para aceder ao estudo, clique aqui




2 comentários:

Anónimo disse...

Segundo as suas teorias todas as pessoas deste planeta são narcísicas.

cristina simões disse...

Não considero o narcisismo entendido como amor-próprio ,uma teoria. Ele está presente em todo o nosso funcionamento no dia-a- dia, e às vezes não reconhece a pessoa do outro. É mais deste narcisismo que falo neste blogue.
O que se passa é que eu gosto muito desta temática “narcisismo”, e este blogue é fruto só do que me dá vontade de escrever. Os compromissos da vida nem sempre nos dão esta liberdade.
Obrigada pelo comentário