“Quando os políticos fazem apelos à coesão nacional não pensam nos fatores essenciais que reforçam ou dissolvem o ego no seu investimento na comunidade. Quer dizer que não pensam nas forças e energias que são bloqueadas pela imagem que cada um tem de si. Saber qual o peso do ego contribuiria para perceber os fatores que o enquistam e reforçam. Quando se fala de egoísmo, altruísmo, individualismo do que se está a falar é do ego.
O ego é uma força de bloqueio, mas nunca se pensa nele. É um fator que não se pode medir mas tem efeitos mensuráveis. Por exemplo, um dos efeitos é a inveja que pode bloquear um sistema de funcionamento na sociedade portuguesa. Todo o discurso em Portugal sobre competitividade, produtividade, empreendedorismo depende de forças vitais e de afetividades. Para que haja coesão, esforço coletivo é preciso que se dê a possibilidade ao ego de se dissolver com entusiasmo num investimento que o ultrapasse e dê força à comunidade.” José Gil, filósofo
Fonte: Jornal Publico 5.3.12
Esta reflexão enquadra-se no convite que o Publico fez ao filósofo José Gil, para que fosse diretor desta publicação no dia do aniversário deste jornal.
Neste âmbito, o filósofo criou uma sondagem que integrava questões que se distribuíam pelas áreas que selecionou: Educação, Saúde, Saúde Mental, Política, Justiça, Pobreza, Medo, Identidade e Ego. Não obedecendo a nenhum método sociológico ou psico-social, as referidas questões foram enviadas a ministérios, universidades e observatórios.
A pergunta Gosta mais de si quando admira ou quando inveja os outros? Chegou sem respostas.
O filósofo português José Gil foi considerado pela revista Le Nouvel Observateur um dos "25 grandes pensadores" do mundo.
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