sábado, 10 de março de 2012

Sua Majestade: A inveja


de Josef Fischnaller

“Nos casos de narcisismo destrutivo, o sujeito sente-se tão ameaçado pela existência no exterior de pessoas das quais depende, e sente tanta inveja delas, que, para manter a sua posição omnipotente de “senhor de tudo o que vê” , tem necessidade de levar a cabo uma eliminação imediata do objeto. Os aspetos patológicos do narcisismo – abordagem dos outros como meios em vista dos próprios fins, egocentrismo implacável, ausência de empatia – são todos eles, manifestações desta necessidade movida pela inveja de negar a importância do objeto”.
Jeremy Holmes Narcisismo Almedina

Este indomável mundo a preto e branco “ou eu ou o outro”, em que não se recebe de volta o que se dá, tem o seu profundo sentido nas personagens que não sendo capazes de admirar os outros e se esforçarem por se aperfeiçoar, desvalorizam, insultam ou desdenham, a coisa invejada ou o seu possuidor (narcisismo destrutivo).
Neste quadro, o papel principal deverá ser atribuído, não à falta de empatia ou ao egoísmo, mas à inveja maligna que as move. Sendo uma forma de ódio, acredita-se que se pode tomar como seu, algo que não é, visto pertencer a um outro. Inglória ação. Só lhes poderá pertencer se acarinharem nos seus mundos interiores, o bom que o outro tem para dar, o que a vida tem para dar, pela partilha e cooperação, a desfavor do modo de vida de “aguentar-se só”.

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