Paradoxo da pérola - o que não nos mata torna-nos mais fortes.
Ou a metáfora da pérola - para que possamos dar valor às nossas atitudes combativas perante as adversidades, mas também à suficiente resignação por aquilo que não é possível mudar:
Ou a metáfora da pérola - para que possamos dar valor às nossas atitudes combativas perante as adversidades, mas também à suficiente resignação por aquilo que não é possível mudar:
“Cyrulnik (1999) propõe a metáfora da pérola para ilustrar o oxímoro (paradoxo) deste maravilhoso infortúnio do funcionamento da resiliência. Quer dizer, como a partir de uma ferida e de um sofrimento o sujeito pode construir uma experiencia potencialmente proveitosa para si. O resiliente elaboraria um oxímoro cujo modelo seria o da pérola fabricada pela ostra como resposta a uma agressão. Assim o processo psíquico e comportamental do individuo resiliente perante uma situação traumatogénica seria comparável ao trabalho da ostra que, para se proteger do grão de areia que a fere, segregando nácar à volta do intruso, vai arredondar as asperezas do grão de areia e dar origem a uma joia preciosa. A resiliência seria forjada pelo individuo perante as agressões da vida e o sujeito resiliente conservaria assim este potencial que o iria ajudar a enfrentar a sua trajetória de vida em boas condições.
A metáfora da ostra perlífera ilustra bem como, por vezes, é a partir de uma experiencia de sofrimento que podemos revelar forças até aí mantidas latentes e desconhecidas. A resiliência surge assim como resultado de um processo paradoxal no qual o confronto com o traumatismo e a ferida gera criatividade. Todavia, a beleza da metáfora da ostra perlífera não faz esquecer a ferida original, e não quer dizer, portanto, que o sujeito resiliente evite o sofrimento perante o trauma e o stress.”
Marie Anaut A Resiliência - Ultrapassar os Traumatismos Climepsi
Contudo, refere Cyrulnik, apesar de oximoro
descrever “o universo íntimo desses vencedores feridos - o triunfo de um ferido
nunca desculpou o agressor”.
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