domingo, 30 de junho de 2013

A intimidade


Rubens Portrait of wife, son and self (detalhe)

“ A intimidade impõe o abandono da couraça que protege o nosso núcleo mais intimo, sede do pudor e da vergonha: quanto mais partilhada mais o outro tem livre acesso às nossas coisas secretas. Mas só a tolerância e uma grande estima de nós próprios nos levam a viver este despirmo-nos como uma oportunidade e não como uma ameaça. Quem pensa que deve esconder as partes de si mesmo que mantém inconfessáveis, inevitavelmente vive a intimidade como um risco”
Willy Pasini Intimidade, O outro lado da afetividade Difusão Cultural
Na ordem do desejo que nos liberta das habituais fronteiras entre o corpo e o espirito. Entre nós e o outro. Partículas de energia, numa dança, ao ritmo de termos sido capazes de nos colocarmos na sua pele sem nos perdermos, e disponíveis para o deixar entrar, sem medo de sermos devorados por ele. Alheados da fórmula que permitiu que o milagre tivesse lugar, não nos contentamos com o conforto do inolvidável encontro. Surge a ideia insana que pode não se repetir, e a urgência de o reviver.
Ideia chave: são necessários dois processos psicológicos para que a intimidade seja possível – a identificação projetiva e introjetiva - empatia e ressonância afetiva.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cristina um post q nos faz refletir em cada palavra ...muito bom!!

A intimidade impõe o abandono da couraça que protege o nosso núcleo mais intimo, sede do pudor e da vergonha: quanto mais partilhada mais o outro tem livre acesso às nossas coisas secretas. Mas só a tolerância e uma grande estima de nós próprios nos levam a viver este despirmo-nos como uma oportunidade e não como uma ameaça.

Cristina e como podemos ter coragem de nos despirmo-nos como uma oportunidade e não uma ameaça???
Se a pessoa tiver a auto estima em baixo...como devemos aprender a ter uma grande estima por nós, quando no passado ( crianças ) não fomos valorizados, reconhecidos??? Coimbra de Matos diz q é uma tragédia uma criança não amada, mas sempre é possível repor essa auto estima se tiver alguém q a valorize q a ame!!
Penso q é difícil apagar as sequelas do passado…por isso debitar os mais intímo nos faz sentir mais leves...de certo forma alivia as cicratizes q deixaram marcas profundas...

cristina simões disse...

Temos momentos em que decidimos nos abrir ao outro. Nem sempre é o momento certo, ou a pessoa certa, mas se essa experiência for reciproca – a intimidade partilhada - é uma oportunidade milagrosa de crescimento mútuo. Para quem pode, para quem sabe,, para quem tem confiança. Outros há que que anseiam por ela, não sabem como, fazem tudo ao contrário e têm medo de se por à mercê do outro.
Obrigada pelo seu comentário

Anónimo disse...

Concordo consigo em tudo, penso q 2 das 3 emoções inibitórias: "medo e vergonha" não deixam muitas pessoas se abrir ao outro, é necessário um longo caminho para q se possa ter confiança, encontrar a pessoa certa...