sexta-feira, 4 de junho de 2010

Paradoxo da muralha defensiva


“O essencial era um tipo manter-se impenetrável, era erguer um muro à sua volta e não deixar entrar ninguém. “
Paul Auster A Música do Acaso Edições Asa

Criamos uma fortaleza defensiva, não porque somos fortes, mas sim porque nos sentimos vulneráveis. É essa fragilidade que nos faz evitar as relações com os outros.
Para nos protegermos, tentamos afastar os perigos, mas, essa fortaleza defensiva, se outrora nos protegeu, é ela própria um perigo, porque o que nos obrigou a nos defendermos no passado, já não existe. Está só na nossa mente.
O outro, visto como um perigo, ao não o integrarmos na nossa vida, bloqueamos a possibilidade de chegarmos a conhecer o quanto somos capazes e o quanto somos limitados.
A nossa energia, que podia ser aplicada de um modo criativo nesta descoberta - a maravilhosa descoberta da vida -  é investida na autopreservação.


2 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

E è pena ... é um empobrecimento.


abraço
ana de portugal

cristina simões disse...

Sim. Fica aquele gosto amargo que a vida passa ao lado, que se perderam oportunidades e pessoas. Se há consciência do que se passa e capacidade de transformação, a vida regenera-se.
Um abraço.