Flor Narciso
A teoria da vinculação de John Bowlby (1980), é para mim estruturante para a compreensão das relações afectivas. De facto, tem sido imensa a literatura publicada e a investigação sobre a natureza dos vínculos afectivos.
Por vínculo afectivo, entende-se a atracção que um indivíduo sente por um outro, sendo a sua característica fundamental a necessidade de manter-se próximo dele.
Os defensores da teoria da vinculação consideram que, a qualidade da ligação/vínculo às figuras da infância, vai contribuir, na nossa vida adulta, para o nosso modo de estar nas relações amorosas, sociais ou profissionais. Consequentemente, também consideram que, os distúrbios psiquiátricos são resultado de um desvio, ou de uma falha no desenvolvimento da ligação afectiva com os pais.
Embora sejam conhecidos os estilos de vinculação, a sua ligação com a capacidade empática da mãe - capacidade de amar - ou figura cuidadora, julgo que não é tão usual. Apresento no quadro seguinte, esta relação.
Com base na teoria da vinculação Hazan e Shaver (1987), Shaver e Hazan (1988) e Shaver, Hazan e Bradshaw (1988) definiram três estilos nas relações íntimas (estilos de vinculação): Seguro; Inseguro - ansioso/ambivalente; Inseguro - evitante.
Estilo Seguro: Considero ser relativamente fácil ficar próximo(a) de outras pessoas e sinto-me confortável quando dependo delas. Habitualmente não me preocupo com a possibilidade de ser abandonado(a) ou de alguém se aproximar demasiado de mim.
Neste padrão, durante a infância, a mãe revelou capacidade empática.
Estilo Inseguro- -ansioso/ambivalente: Acho que as outras pessoas estão relutantes em ficar tão próximas de mim como eu gostaria. Preocupo-me, muitas vezes, que o meu companheiro (minha companheira) não me ame realmente, que não me queira, ou que não queira ficar comigo. Quero ficar muito próximo(a) do meu companheiro (minha companheira) e este desejo, às vezes, afasta-o(a).
Neste padrão, durante a infância, os sentimentos da mãe prevaleceram sobre os da criança.
Estilo Inseguro-evitante: Sinto-me algo desconfortável ao ser próximo(a) de outras pessoas. Sinto dificuldade em confiar nelas completamente e a permitir a mim próprio depender delas. Fico nervoso(a) quando alguém fica demasiado próximo de mim e, muitas vezes, os meus companheiros amorosos querem que eu seja mais íntimo ( a) do que me sinto confortável a ser.
Neste padrão, durante a infância, a mãe revelou indiferença para com a criança.
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