segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O que li nas férias (1)

Proust Era Um Neurocientista
de Jonah Lehrer
Edição/reimpressão: 2009
Editor: Lua de Papel
Colecção: Neurónios

 
 
 
 
 





 
Porque quadros de Cézane sem limites, ou linhas a separar umas coisas das outras, parece-nos bem? “Porque este é o princípio da visão, é aquilo que a realidade é, antes de ser resolvida pelo cérebro?”, escreve Jonah Lehrer. Por isto, Cézane foi revolucionário para a sua época.
Agora percebo porque a aguarela (só uma pinceladas) que desenhei do Porto Santo me agradou, ao ponto de a colocar neste blog. “Porque a visão não basta” diz Cézane “é precisa a reflexão”, acrescenta.
Também só agora, com a ajuda deste livro, confirmei que, quando escrevi numa mensagem aqui neste blogue, ”Na literatura está lá tudo”, não era um estrondoso disparate.
Na verdade, sempre me pareceu que, enquanto que nas ciências sociais e humanas, o estudo da condição humana é fragmentado, a literatura e as artes ajudam-nos a compreender as pessoas em interacção umas com as outras, e nos contextos, ampliando a nossa compreensão.
Este brilhante livro, descreve, a partir de oito autores (Cézane, Proust...), e com recurso às neurociências, que os artistas através da sua arte, podem revelar-nos os segredos da nossa mente muito antes da ciência ter meios para o fazer. Há muitas maneiras diferentes de escrever a realidade, defende Jonah Lehrer.
Mas Jonah Lehrer, não é um pós-modernista. Para ele todos os humanistas deveriam ler a Nature. É um adepto de uma nova quarta cultura, uma cultura que procura descobrir as relações entre as humanidades e as ciências.

Jonah Lehrer tem apenas 25 anos.


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