Colecção Berardo
"É preciso imaginar Sísifo feliz", Albert Camus
Que bom seria levarmos menos a sério certas relações. Há quem leve. Quem pareça entregar-se à cadência dos dias sem se envolver na complexidade dos sentimentos e, desconfiamos, que por um sentido oculto do mundo, conquistam por isso a harmonia que desejamos. Podem estar aqui, acreditamos, as pessoas confiantes, e as simples de espírito, mas também as introvertidas, mas sobre estas os seus silêncios resultam num enigma.
As aparências iludem. Na nossa mente, baseamo-nos nos sinais do comportamento e juntamos sentimentos. Mas podemos estar profundamente enganados a respeito de algumas pessoas, como prova esta experiência descrita por Graham Music em Afecto e emoção, Almedina editores.
Numa sala estava um grupo de crianças de 1 ano, cujas mães se ausentaram. A reacção de algumas crianças foi a aflição, enquanto outras pareciam não dar pela sua falta. No regresso das mães à sala, estas últimas crianças não evidenciaram entusiasmo, o mesmo não tendo acontecido com o primeiro grupo.
Contudo, na ausência das mães, o nível de adrenalina e cortisol que é prejudicial ao coração e está presente em situações de stress, nos dois grupos, é idêntico. O que se passou foi que, as crianças que revelaram um comportamento indiferente, estão desligadas dos seus sentimentos. Tendo pela sua história passada desistido de se manifestarem, têm probabilidade em se tornarem adultos que do ponto de vista afectivo, terão mais dificuldades de criar laços amorosos e serão menos capazes de falar de si próprios. Mas, podem sofrer os efeitos da ansiedade como todos nós ou até mais.
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