Sobre a simbologia dos anões, em Branca de Neve:
“De facto não são homens em qualquer sentido sexual – seu modo de vida e interesse em bens materiais com exclusão do amor…” .
Bruno Bettelheim em “A Psicanálise dos Contos de Fadas”
Para os que conhecem este conto infantil, Branca de Neve protegida e cuidada pelos anões, não tinha mais preocupações de sobrevivência ao longo da vida. A vida era monótona. Desesperadamente confortável e chata, é certo. De tal modo que Branca de Neve debatia-se entre o compromisso, o esquecimento da sua individualidade, e a vontade de ser amada e de amar um outro que a fizesse vibrar. Tinha contudo medo de arriscar, pagar um preço, perder tudo, ficar sozinha e cair nas garras da bruxa má. De facto, a Rainha aproveitou-se do inconformismo de Branca de Neve, que se deixou seduzir com uma maçã envenenada. Mas, por último, é salva pelo príncipe. Valeu a pena ter arriscado!
Muitos homens e mulheres estão no lugar de Branca de Neve, seja no campo do amor, seja no campo profissional.
Não existindo circunstâncias de vida difíceis, ou mesmo na presença delas, o que permite passar para uma outra margem? Um menor medo do desamparo. Possivelmente também, o conservar a sensibilidade e a confiança pessoal que são capazes por si. E, no amor, novamente a confiança de merecer o amor de outro.
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