Max Weber, Burlesque, 1909
É o medo do ridículo que me interessa, a que muitos de nós somos vulneráveis, ao ponto de este tipo particular de vergonha tornar-se opressivo, limitador da espontaneidade e, no limite, da tomada de decisões importantes na vida.
Consiste num medo de ser considerado aos olhos do outro, insignificante, ter pouco valor, provocar a troça e o riso, e que nos coloquemos à mercê do seu desprezo. Seria ficarmos completamente sozinhos, acreditamos.
Por este medo não se arriscam carreiras, amores, a criação de um estilo pessoal de ser, as mudanças de vida.
Na base deste medo costuma estar a nossa exagerada necessidade de controlo sobre o ambiente, ou seja, sobre os outros e o que poderão pensar de nós. Estão também as intensas pressões ou exigências que colocamos a nós próprios. Tão intensas, que somos capazes de nos culparmos por não vivermos de acordo com os ideais por nós estabelecidos. É a vergonha por si mesmo.
Mas o que sustenta a raiz deste medo, é sobretudo a vulnerabilidade da nossa auto-estima. Enquanto a nossa auto-estima depender que o outro aprove ou confirme quem somos e o que valemos, e não adquirirmos a confiança nas nossas capacidades, teremos dificuldades em tomar o rumo da nossa vida.
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