Para o Dia Mundial da Saúde Mental (10 de Out), um alerta:
Somos muitas das vezes os inimigos de nós próprios. Somos fruto do amor que os pais nos dedicaram. A não termos uma reserva suficiente desse amor, e ao não conseguirmos adquirir confiança nos outros, montamos defesas contra a capacidade de ter experiências boas ou de esperança.
Essas defesas podem estar, em não conseguirmos ter amor ou amizade, por quem nos decepcionamos, ou no prazer sádico de fazer sofrer.
Deixo-vos um enxerto de Coimbra de Matos em “A Depressão”:
“O trágico é que o indivíduo que não foi amado não aprendeu a amar. E não sabendo amar dificilmente poderá vir a ser amado. A sua sede de amor é muito grande, mas o seu ódio à relação amorosa ou a sua descrença no amor levam-no a estragá-la ou nunca a conquistar – pela relação ambivalente* e depressivante ou pela relação perversa e deteriorante, às quais adere.”
O trágico está também no facto deste ódio, que tem as suas origens na infância, não se basear numa avaliação realista dos relacionamentos, devido por exemplo, às expectativas irrealistas sobre os mesmos, por não se ter consciência da sua origem, ou por dificuldade em reconhecê-lo, tal como em Narciso.
A cura está no sentir-se “capaz de merecer e atrair o amor de outrem.” (Coimbra de Matos, A Depressão).
*Ambivalência significa amar e odiar a mesma pessoa, mas não é amor, porque este deve situar-se para além desta necessidade em conservar e destruir o vínculo.
*Ambivalência significa amar e odiar a mesma pessoa, mas não é amor, porque este deve situar-se para além desta necessidade em conservar e destruir o vínculo.
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