sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma mãe que perdoa fácil.


“Para o bebé é extremamente tranquilizador o facto de ver a mãe regressar ao seu encontro amistosamente, fazendo crer que ele não a destruiu. Essa confirmação da sua sobrevivência ensina-o a ter por fiável a distinção entre as realidades interna e externa, ao mesmo tempo que descobre que não é omnipotente – quer dizer que o seu pensamento e a sua fantasia não são tão mágicos nem tão poderosos como ele acreditara que fossem.”
Ricky Emanuel Ansiedade Almedina

No mundo dos adultos, é uma experiência terrível se o acontecimento que nos nossos pensamentos receamos que aconteça, se concretizar. Na nossa memória, fica uma marca indelével, que é reavivada numa outra situação futura que novamente nos preocupa. Podemos  ficar hiper-vigilantes relativamente ao perigo.
No mundo da infância, após uma birra, uma mãe que não perdoa fácil, é do mesmo modo um acontecimento penoso. Perdoar fácil, evita que não se confirmem os nossos medos que realmente destruímos o outro. É uma experiencia reparadora, porque precisamos de nos julgarmos bons para viver.
Quando isso não acontece, a desenvolver-se uma perturbação narcísica de personalidade, estes indivíduos “acreditam nos seus devaneios, que se podem transformar em delírios, sentem-se reis, presidente, Deus, isso resultando na perda de juízo pela realidade”, (Otto Fenichel, Teoria Psicanalítica das Neuroses), o que justifica a dificuldade em reconhecer os direitos dos outros, até a sua existência, dependendo do grau da patologia.





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