“É a convicção de que os nossos próprios esforços não têm qualquer influência sobre o mundo.” Bruno Bettelheim A Fortaleza Vazia*
Ou que não leva em conta os
nossos sentimentos. Não resignadas com
esta situação, não aceitam que não haja nada onde se possam agarrar, e
com receio de atingir um estado de desamparo, o maior medo da humanidade, que podemos associar à pobreza ou a qualquer outra
condição de exclusão, as pessoas manifestam-se hoje contra a austeridade, ou seja, contra as
medidas politicas que quem participa, considera ineficientes, injustas e
erradas Escolho esta frase de uma obra clássica do autismo infantil, para
ilustrar este dia.
As pessoas entendem que os seus
esforços não são levados em conta pelo governo. Por isso se manifestam, porque
medida após medida, chegaram à convicção que não estão no interior das
preocupações de quem decide e de quem de certo modo dependem. Sem sinais que os
seus sacrifícios e necessidades são reconhecidos pelo estado, sem sinais que o
outro (o governo) está connosco neste caminho, receia-se perder a esperança. E
isso não pode ser sequer considerado. Seria a rutura. O vazio.
*Uma obra clássica sobre o
autismo infantil, cuja teoria marcou gerações e que as pessoas em geral incorporaram
como se o seu autor identificasse como causa desta perturbação, mães frias
e indiferentes aos seus filhos. Embora o posterior avanço das pesquisas não suportem esta explicação, é consensual que condições de
vida muito adversas, podem causar rutura no equilíbrio emocional.
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