José Marafona
"A avaliação diagnóstica de doentes com perversões sexuais
Em todos os casos, é importante, em primeiro lugar, avaliar toda a vida sexual do doente, as suas fantasias, os seus devaneios, as suas fantasias masturbatórias, assim como as fantasias que estão relacionadas com as interações sexuais atuais. As preferências sexuais do doente, a sua continuidade ou descontinuidade, e todo o espectro das suas respostas sexuais necessitam de ser avaliadas. Em segundo lugar, os aspetos básicos da sua identidade sexual central do doente, a escolha do objeto dominante, a identidade do papel de género e a identidade do desejo sexual devem ser avaliados, uma vez que estes quatro parâmetros definem em conjunto, a identidade sexual do doente (O. Kernberg 1985). Em terceiro, é importante avaliar a ligação existente entre as capacidades que o doente tem para amar e para sentir ternura e a sua vida sexual: Tem capacidade para se apaixonar? Tem capacidade para integrar o amor e o erotismo, estarão eles dissociados quase sempre ou sempre um do outro? Existem inibições sexuais, e se sim, qual é o seu tipo e qual a sua gravidade? Em quarto, qual é a constelação da personalidade dominante? A presença ou ausência do narcisismo maligno, a qualidade das relações de objeto, a presença de características antissociais e o grau em que a expressão da agressividade é patológica e egossintónica são importantes indicadores que necessitam de resposta.
E em quinto, estamos interessados em avaliar os casais, quando os conflitos maritais ou de casal são um aspeto essencial dos sintomas apresentados pelo doente.
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Se um doente está contente com a sua perversão, uma vez que esta lhe permite uma ilha segura de êxtase num contexto razoavelmente gratificante e eficaz de amor e de trabalho, não há motivo para que o analista o obrigue, ainda que implicitamente, a adotar um padrão sexual diferente.”
Otto Kernberg Agressividade, Narcisismo e Auto-Destrutividade na Relação Psicoterapêutica Climepsi
O negrito é meu
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