Jeffray Milstein Cuba
“ Este processo de se agarrar ativamente a uma visão
ultrapassada da realidade é a base de muitas doenças mentais. Os psiquiatras
designam-na por transferência. Existem provavelmente tantas variantes subtis da
definição de transferência como há psiquiatras. A minha definição pessoal é:
transferência é o conjunto de formas de perceção e reação ao mundo, que é
desenvolvido na infância e que normalmente é totalmente adequado ao ambiente da
infância (na verdade, muitas vezes vital), mas que é inadequadamente transferido
para o ambiente adulto.”
M.Sott Peck O caminho menos percorrido Sinais de fogo
O valor desta definição está
na sua clareza. Trouxe-me à memória os desacordos à queima-roupa que revelavam
a obscura presença de um passado que atravessava o presente, e se imponha.
Mas o problema é nosso. Não
queremos desviarmo-nos do que julgamos ser a nossa natureza, que se funda na
resistência a uma realidade que nos demonstra que as nossas clássicas
abordagens – os nossos mapas mentais - já não têm os efeitos esperados.
Chegará
o tempo em que seremos capazes de reconhecer que da educação recebida e das
experiencias de vida, geramos pensamentos que acabam por criar sistemas de
crenças, que profundamente inseridas em nós, afastam a possibilidade de se viver
o momento.
Das dúvidas entre o desconforto
da mudança e os desencontros habituais, se dedicados a encarar a realidade e a
verdade, através da necessidade de nos expormos à crítica, haverá sempre um amanhã e torna-se á possível consertar também o
passado.
O problema da transferência não é só um problema
entre psicoterapeuta e seu cliente. É um problema entre pais e filhos, marido e
mulher, e está presente nos grupos e nas relações políticas. Que mapa mental
seguia Hitler? E os líderes americanos ao iniciar, executar e manter a Guerra
do Golfo?(Sott Peck)
Sem comentários:
Enviar um comentário