terça-feira, 9 de abril de 2013

Paradoxo do dominado



 Denis Sarazhim


“O que é bizarro e paradoxal é que o dominador e dominado defendem a cultura da disciplina e obediência, bem como uma mão cheia de intelectualidade academicamente correta, de elites politicamente convergentes e até de religiosos santamente abnegados”.
António Coimbra de Matos Saúde Mental Climepsi

Sugere-me o caso recente de um cidadão que por se encontrar no desemprego e auferir de um humilde rendimento de um biscate, baseando-se na Constituição Portuguesa, entregou uma exposição à Procuradoria-Geral da Republica a fundamentar a sua recusa em cumprir o dever fiscal. Por não obedecer de imediato, libertou-se do paradoxo ao tentar transformar a realidade.
Nem sempre assim acontece. O mais triste será o dominado interiorizar a cultura da disciplina e obediência, de inicio, para agradar, e mais tarde, por medo.  Estou a pensar nas situações da violência doméstica, em que o dominado, movido por aqueles sentimentos, acaba por não se distinguir do dominador, no uso do clima de repressão que provoca nos filhos. Transforma-se para pior.

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