NGC 5128 - Centaurus
Otto Fenichel em "Teoria Psicanalítica das Neuroses" (1946):
“As relações objetais das pessoas maduras não consistem apenas em amor e ódio, mas também 1) sentimentos objetais de menos intensidade, simpatia e antipatia em graus variados, que são essencialmente diferentes do amor e do ódio” 2) as pessoas normais também têm uns certos graus de ambivalências.”
António Coimbra de Matos em "Relação de Qualidade" (2011):
“… só existem dois tipos de relação humana: (1) a relação de amor (2) a relação de ódio.”
É tentador considerarmos que Otto Fenichel tem razão. O amor é assim como uma nublosa, por vezes excitante e luminosa como Centauros, sendo que, em outras ocasiões brota violento, com os seus buracos negros que resultam dos nossos impulsos agressivos para aqueles que amamos e pelas pessoas no geral. “Tem dias” é como muita gente exprime a qualidade da suas relações. É tentador. Mas está errado pensar-se que o amor poderia situar-se neste limbo de conflitos não resolvidos com o ódio.
O amor situa-se para além desta ambivalência. Ou seja, – a simpatia ou o afeto discreto até às relações de amor excecional – são o triunfo da capacidade de controlar a intensidade e o rumo das nossas forças vingativas e destruidoras. E na exibição destas, ter sido possível reparar os danos causados.
Este encontro, não faz parte das relações de ódio, que se revelam desde a subtil à declarada agressividade. Gosto de pensar no ódio como se pensa nas bactérias e nos vírus que habitam o nosso corpo. Habitam o nosso quotidiano. Nem sempre podemos proceder à sua total eliminação. A desconfiança sobre o outro e a falta de controlo nos impulsos agressivos, impõe cuidado e a distância de segurança necessária. Não vos parece?
Só existem de fato, dois tipos de relação humana: (1) a relação de amor (2) a relação de ódio.
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