Hotel Quinta do Jardim da Serra
“… um dos grandes sofrimentos das pessoas é a dificuldade de arranjar uma relação amorosa que seja boa e que dure.” João Seabra Diniz (psicanalista)
Há relações que são boas, duram e surpreendentemente envolvem pouco esforço. São o melhor dos nossos dias, das nossas vidas. Gostamos de gostar.
De que são feitas estes encontros que os diferenciam daqueles em que a tolerância escasseia?
O que é uma relação e o que não merece esse nome? Qual é a fonte do entendimento entre as pessoas?
António Coimbra de Matos, psicanalista, deu uma Conferência sob o tema ”Disfunções relacionais”, no dia 25 de Abril de 2009, pelas 10h, na Sala do Senado da Universidade da Madeira.
Já no final da apresentação, Coimbra de Matos recorreu a uma abordagem surpreendentemente simples - como se anulasse toda a dúvida, toda a incerteza - sobre as qualidades que, estando presentes nas relações entre mãe/pai - filho ou entre as pessoas, torna possível “uma construção a dois”, quer no trabalho, na vida social ou amorosa, “tudo na vida humana”, como costuma dizer.
Aqui vos deixo os meus apontamentos dessa conferência:
Uma qualidade das relações, é que haja confiança. Que o outro seja previsível – “que se saiba, que se pode contar com ele”. Deu exemplos, na relação entre pais e filhos, que a criança sinta que os pais estão comprometidos com as suas necessidades (de estar presente quando é suposto; …).
Outra qualidade é a fiabilidade, por exemplo, ser capaz de cumprir com as promessas, entre outras atitudes semelhantes.
A Introjectibilidade é um conceito psicanalítico, que significa a capacidade de ser “gostável”. Isto é, para que, por exemplo, a criança faça uma ligação a uma pessoa, esta tem que permitir, e ser capaz de se identificar com ela, ou seja "colocar-se na sua pele". No fundo, conquistar e deixar-se cativar.
Uma boa relação, tem de ser também, recíproca para que haja trocas.
Para Coimbra de Matos há várias maneiras de reciprocidade, como sejam nas relações de amizade, em que há afinidades ou modos semelhantes de “sentir a vida”.
As relações de trabalho têm outro modo de reciprocidade, que se revela pela comunhão dos mesmos objectivos, nem que seja para “descobrir a pólvora”, como diz Coimbra de Matos, apesar de esta já estar descoberta.
Outro aspecto importante nas relações, é a “afinação afectiva”, importante para se tornarem profundas. Não deve ser entendida como estar sempre de acordo com o outro, mas ser capaz de, no desacordo (é importante ter ideias fracturantes, senão será a monotonia, diz Coimbra de Matos), realizar acertos.
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