George VI na consulta com o Terapeuta da Fala
O filme O Discurso de Rei é baseado na história real de George VI de Inglaterra, que após a morte de seu pai, e da escandalosa abdicação de seu irmão Eduardo VIII, é coroado rei.
Embora retrate uma época histórica, o argumento centra-se na necessidade desta personagem, interpretada por Colin Firth, enfrentar o problema da gaguez, de modo a responder com prontidão às exigências: tornar-se líder e ter voz (discursar em publico).
Antes de ser coroado rei, sua mulher, futura rainha-mãe, encaminha-o para um excêntrico terapeuta da fala (Geoffrey Rush).
A relação foi de inicio, difícil. George VI, Bertie para a família, resiste em se expor “Não estou aqui para falar de assuntos pessoais”, como se fosse vital resolver o seu problema de modo técnico. É a necessidade de controlar as emoções. Tem falta de coragem em tentar saber, como se só de pensar, pudesse passar ao acto ou fragmentar-se. Este medo que tem também uma raiz cultural e histórica, é objecto de uma cena em que resiste a pensar na possibilidade de tomar o lugar do seu irmão. Medo de enfrentar os sentimentos, o confronto com o (possível) rival. Medo de enfrentar a sua realidade interna e o seu lugar no mundo.
Na relação de confiança que acaba por criar com o seu terapeuta, vai encarando os seus demónios: uma infância com uma ama cruel – chega a passar fome ao longo de 3 anos sem que os seus pais se dessem conta - uns pais ausentes; uma mãe fria e distante. Não foi visto. Não teve voz, é o seu sentimento.
Por fim, é capaz de discursar em público e torna-se um monarca amado pelo seu povo.
É um filme que nos inspira.
Estou certa que, de acordo com Niemiec e Wedding, é um filme que merece a classificação da psicologia positiva, por nos ajudar a encontrar dentro de nós, forças e virtudes, de maneira a superarmos os obstáculos da vida. Só possível, se enfrentarmos a nossa realidade interior. Sem fugas. Como George VI.
Para saber a opinião destes autores sobre este tipo de filmes, veja aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário