sexta-feira, 4 de março de 2011

...não me ama

Jack Vettriano, Coração Ciumento

É de se notar que a intensidade do ciúme não corresponde em absoluto à intensidade do amor. Aqueles que são mais ciumentos não conseguem amar, mas precisam do sentimento que são amados.”
Otto Fenichel, Teoria Psicanalítica das Neuroses

Acreditamos que os comportamentos de ciúme, são uma prova de amor. A fórmula parece-nos simples. Mas não é.
Quem já viveu histórias de ciúme, duvida destes pensamentos.
O ciumento não tem só medo de perder a parceira, ou o amor desta para um rival. Teme também, comprovar que a razão pela qual não é amado, deve-se ao facto de não merecer amor. E que essa deficiência, seja denunciada pela parceira. Ou seja, que a seus olhos possa ser visto como indigno de ser amado. Estes sentimentos humilham-no, e inferiorizam-no, que em conjunto com a culpa, constituem o sofrimento dilacerante do ciúme. Será tanto mais profundo, quanto mais frágil é a auto-estima e a confiança no valor perante si mesmo. Pelo que, necessita de confirmações sucessivas de que é amado.
Por estas circunstâncias, o ciúme não é a medida para o amor. 



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